A primeira reunião geral da Meta de 2025 foi recheada de tensões provenientes da nova postura do CEO, Mark Zuckerberg, quanto às novas políticas da empresa. Pela primeira vez, várias perguntas de alto interesse dos colaboradores foram ignoradas e o executivo alertou: “apertem os cintos, vai ser um ano intenso”. As informações foram compartilhadas pelo The Verge.
Logo no começo, o papo já assumia um tom preocupante para os funcionários: a equipe de recursos humanos informou que várias das perguntas vistas como “improdutivas” caso fossem vazadas seriam ignoradas. Sendo assim, várias das questões com maior número de votos de funcionários não foram nem listadas e os comentários da call foram desabilitados.
Antes de iniciar a sessão de perguntas e respostas, Zuckerberg reforçou a nova postura sobre a reunião. “Sempre tentamos ser abertos, daí tudo que eu falo vaza [para a mídia]. Isso é um saco”, queixou o CEO.
Então, o fundador do Facebook prometeu pontuar sobre todos os temas principais, mas não responderia nada que entendesse como “depreciador” para os valores da empresa.
Durante a all-hands, Zuckerberg avisou sobre o fim do programa de diversidade da empresa. De agora em diante, as políticas da empresa não incluem a promoção de garantias e vantagens para grupos específicos, mesmo se são minoria no mercado, pontuou o executivo. Contudo, a empresa continua com “tolerância zero para assédio ou discriminação de qualquer tipo”, alertou a chefe do RH da Meta, Janelle Gale.
Quanto aos rumores sobre demissões de funcionários com baixo desempenho, o CEO confirmou tudo. “A melhor coisa a se fazer é tirar esse band-aid logo. Eu penso que, de várias formas, [demitir] é a melhor coisa a se fazer por pessoas que não vão conseguir [cumprir objetivos] de qualquer maneira”, disse o executivo.
Novas políticas de plataformas da Meta
Uma das mudanças previstas para a nova política de conteúdo de plataformas da Meta está na possibilidade de associar pessoas LGBTQIA+ a doenças mentais. Na reunião, Zuckerberg confirmou que a mudança será mantida, mas isso não representa necessariamente a opinião da empresa.
“Havia um punhado de políticas que implementamos ao longo do tempo que limitavam o que as pessoas podiam falar em nossos serviços. Francamente, estávamos bem longe do padrão”, disse o CEO. “Porém, quando permitimos que alguém diga algo sobre outra coisa em nossos serviços, isso não necessariamente significa que concordamos com aquilo. Isso só significa que queremos que nossas plataformas sirvam para discutir qualquer coisa”, complementou.
Meta se prepara para a concorrência
Os recentes óculos inteligentes Ray-Ban Meta Smart Glasses foram um sucesso interessante para a empresa: cerca de 1 milhão de unidades foram vendidas em 2024. Em perguntas aparentemente retóricas, Zuckerberg questionou “Penso que uma das perguntas para nós é: será que iremos de 1 milhão para 2 milhões neste ano? Iremos de 1 milhão para 5 milhões?”.
“Nós basicamente inventamos uma categoria e nossos competidores ainda não apareceram, mas eles irão”, disse o executivo. “Eu acho que começaremos a ver parte disso mais tarde este ano, talvez ano que vem. Porém, temos que aproveitar esse campo aberto para introduzir o máximo de pessoas possível ao Meta AI Glasses”, continuou.
Mandato de Trump é uma oportunidade para a Meta
Ainda na reunião, Zuckerberg reforçou que o segundo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos pode permitir uma “parceria produtiva” com o governo do país. “Eu acho que isso é o correto a se fazer, pois há várias áreas que temos causas em comum, mesmo que não concordemos em tudo”, reforçou Zuckerberg.
No seu discurso de despedida, Zuckerberg alertou que 2025 será “um ano intenso” para a empresa, recomendando que funcionários “apertem os cintos”. “Temos muito a fazer e estou bem empolgado por isso”, disse.
