A franquia Two Point, da SEGA, já está bem-consolidada entre os principais nomes do gênero de gerenciamento com o sucesso de Two Point Hospital (2018) e Two Point Campus (2022) — e felizmente não apresenta qualquer sinal de que vai diminuir o ritmo por aqui.
A desenvolvedora Two Point Studios já trabalha no seu próximo título, Two Point Museum, e promete não apenas uma experiência familiar para os fãs atuais, mas também convidativa para usuários casuais e que tiveram pouco contato com títulos semelhantes.
O Voxel foi convidado pela assessoria de imprensa da SEGA a experimentar uma versão ainda em desenvolvimento de Two Point Museum por aproximadamente cinco horas e conta, nas linhas a seguir, as primeiras impressões desse divertido lançamento. Vale lembrar que o título chega em 4 de março de 2025 com versões para PC, PS5 e Xbox Series X|S. Confira:
Uma mostra promissora
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que a versão testada ainda continha uma interface de usuário provisória. Por ora, não está claro o tanto dela que será preservado na versão de lançamento, mas eu digo isso porque grande parte da minha dificuldade com o jogo se deu na navegação de menus.
Resgatando um pouco da abertura deste texto, eu me enquadro no perfil de jogador mais inexperiente. Sempre estive por fora do gênero de gerenciamento, embora muitas pessoas do meu círculo de amizades se divertissem com RollerCoaster Tycoon, Planet Zoo e derivados. Ainda assim, isso não foi um impeditivo para me entreter com a prévia de Two Point Museum.
Como o nome sugere, este se trata de um gerenciador de museus que consegue mesclar com bastante naturalidade o lado sério da experiência — contratar funcionários, enriquecer o acervo, controlar gastos, balancear a satisfação dos trabalhadores e visitantes etc — e a galhofa, com um tom mais cômico e temáticas inusitadas.
A experiência trazia, a princípio, dois tipos de museus: um pré-histórico com seus fósseis e até mesmo neandertais congelados; e outro situado em uma mansão mal-assombrada, em que até mesmo fantasmas hostis podiam ser exibidos como parte do acervo.
Entre as responsabilidades do jogador está contratar especialistas que podem ser enviados para expedições a fim de encontrar peças inéditas. Conforme eles obtêm mais proficiências, podem ser enviados para expedições cada vez mais rígidas e recompensadoras — sempre brincando com a naturalização das condições de trabalho insalubres.
Uma vez que o jogador obtém as peças, que têm seus respectivos níveis de raridade, é possível prepará-las para exibição com o apoio de um catálogo crescente de decorações que aumentam o “burburinho”, uma métrica que é usada para indicar o sucesso daquela mostra com o público.
Colocando a quantidade indicada de decorações e atendendo alguns requisitos, é possível extrair o máximo de rendimento e garantir doações para o museu, que são importantes para a sustentabilidade do negócio. É nesse ponto que entra o loop de gameplay: enviar especialistas, destravar peças cada vez melhores, decorar, angariar doações, aumentar o quadro de funcionários e deixar todo o museu mais espalhafatoso.
Todo o processo dá muita margem para a criatividade e expressão de cada jogador. Há uma quantidade obscena de personalização e os menus, que são recheados de informações, são um pouco assustadores por esse motivo. Mas basta se ater aos objetivos principais, que ficam no canto direito da tela, para aprender suas funções aos pouquinhos.
Nada é particularmente punitivo. Claro, houve partidas em que eu estava tendo apenas prejuízo a cada trimestre com o museu rodando, mas o jogo não me pressionou em nenhum momento. Por outro lado, eu tive que me virar para descobrir o que estava dando errado — o tutorial inicial não era muito elucidativo.
Mas parte da diversão também está em criar soluções. Afinal, os funcionários e visitantes também têm as suas necessidades. É preciso ajustar salários e o preço dos ingressos, além de adicionar ambientes para descanso, locais para comer e se hidratar, banheiros e muito mais.
Felizmente, o jogo traz a opção de paralisar o tempo para editar tudo com mais calma, assim como também dá para acelerar e deixar o negócio correr se tudo estiver sob controle.
Empolgou?
É possível traçar muitas semelhanças com os jogos anteriores da Two Point Studio, seja no estilo gráfico, tom do humor, animações e até mesmo mecânicas de gameplay. Não à toa, o intervalo entre lançamentos desta vez é menor se comparado ao período entre Hospital e Campus — desta vez, dois anos e meio.
Mas isso está muito longe de ser um demérito, ainda mais em um mercado em que os jogos estão cada vez mais caros para serem produzidos e demorando para sair. A partir do momento que entendi os conceitos mais básicos, foi muito difícil de desgrudar de Two Point Museum. Há algo catártico em ver o seu museu tomar forma e prosperar, sem contar a expectativa em descobrir as próximas peças nas expedições.
Demorou um pouquinho até me acostumar com a navegação e sinto que ainda faltou muita coisa para entender. Por isso, torço para que seja tudo mais fácil de digerir na versão final. Ainda assim, a experiência foi bastante divertida e viciante. Se você for fã da série de jogos do gênero, com certeza vale ficar de olho.
Por fim, a localização em português do Brasil também se mostrou bastante certeira — algo importante de pontuar, pois a versão disponível para teste na Brasil Game Show estava somente em inglês.
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