O futuro das fábricas da Intel responsáveis pela produção de chips segue incerto nos Estados Unidos, com várias possibilidades em jogo. Há um mês no cargo, o presidente Donald Trump deve ser peça chave nas negociações e uma das palavras finais na decisão.

De acordo com o The Wall Street Journal, há ao menos duas empresas interessadas atualmente em divisões da Intel. Uma delas é a Broadcom, que avalia uma oferta pelo setor de design de chips. Já a taiwanesa TSMC, que é a atual líder de mercado na fabricação de semicondutores, está interessada em assumir o controle de algumas ou todas as unidades de produção da rival.

A segunda negociação é tida como a mais complicada por motivos políticos. Trump declarou há alguns dias que “Taiwan tirou todo o negócio de chips” dos EUA e que, antes disso, “nós tínhamos a Intel e todas essas ótimas empresas quem estavam indo tão bem“. O político ainda disse querer trazer de volta o setor de semicondutores para o país.

A transferência de operação das fábricas da Intel para a TSMC teria partido da equipe de Trump e recebeu uma resposta inicial positiva por parte da empresa taiwanesa. Porém, há incertezas sobre a conclusão da negociação, já que o próprio Trump não seria favorável a essa mudança. Até o momento, nenhuma das companhias envolvidas comentou o assunto oficialmente.

O presidente dos EUA tem aumentado ou planejado aplicar tarifas em produtos estrangeiros para incentivar empresas nacionais, mas o governo tende a aceitar investimentos de marcas estrangeiras no território estadunidense. A própria empresa taiwanesa já tem uma fábrica funcional no estado do Arizona.

Além disso, a própria Intel recebeu uma verba generosa da administração de Joe Biden para voltar a ser uma referência na produção de processadores, o que também pode mudar na atual gestão e seria alterado em um eventual acordo com a TSMC.

Uma Intel em recuperação

Após vários trimestres consecutivos de resultados financeiros ruins, a Intel anunciou a demissão de 15% dos funcionários em agosto de 2024 e um plano de corte de gastos para economizar até US$ 10 bilhões nas contas. Uma das ações emergenciais foi separar da empresa a Intel Foundry, divisão de fabricação de chips para outras companhias.

As principais críticas sobre a situação atual da companhia envolvem a falta de competitividade em setores como a inteligência artificial (IA), enquanto marcas como a Nvidia dispararam no mercado financeiro com GPUs próprias para o setor e a concorrente AMD ganhou espaço entre processadores.


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