Este texto foi escrito por um colunista do TecMundo; saiba mais no final.

Grande parte do nosso tempo de vida, especialmente a partir dos 20 anos, passamos ao lado de nosso parceiro de relacionamento romântico. Comparadas às demais companhias, como pais, irmãos e parentes, com os filhos, amigos ou colegas de trabalho, o tempo diário despendido com o parceiro parece ser mais longínquo e estável (cerca de 3 a 4 horas por dia), aumentando também a partir dos 60 anos ou aposentadoria.

Dentre algumas atividades que o casal pode usufruir em companhia, estão atividades no tempo de lazer, como exercícios físicos. Seria a máxima “casal que treina junto, cresce junto” verdadeira? Alguns estudos respondem à questão.

Exercício pode melhorar o relacionamento?

Pesquisadores acompanharam 191 casais por duas semanas para saber os benefícios do exercício individual ou em casal sobre o relacionamento. Treinar juntos trouxe uma série de benefícios.

Houve aumento de eventos conjugais positivos nesses dias, além de menor número de eventos negativos reportados pelas esposas.  Nesses dias, maridos e esposas tiveram maior satisfação diária em relação ao relacionamento.

O exercício é relacionado a melhor regulação emocional, o que pode ter contribuído nesse resultado. Os autores sugerem que em dias que o casal tem interações negativas, eles podem decidir treinar juntos para mudar o que estão sentindo.

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Segundo os autores do estudo, os casais que treinaram juntos, observaram inúmeros benefícios na relação.

Confesso que não sei se é uma boa ideia. Eles tentam explicar como ocorrem esses benefícios para os casais. A primeira coisa é que o casal compartilha mais tempo para conversar quando compartilham o tempo do treino. Para casais com filhos, talvez esse tempo seja raro e, portanto, valioso.

Durante o exercício, os casais também podem expressar compromisso e interesse no relacionamento. Como mecanismos fisiológicos, há aumento dos níveis de ocitocina e tônus vagal.

E quando um do casal treina e o outro não?

Mas nem sempre podemos partir do pressuposto de que as duas pessoas já são ativas fisicamente, não sendo incomum que nenhuma ou apenas uma pratique exercícios regulares, mas essa provavelmente deseja que seu companheiro(a) também se torne um praticante.

Afinal, como convencer a pessoa? Talvez convencimento não seja a palavra adequada. Em um estudo que verificou se a pressão social para exercícios entre parceiros românticos funciona, a pressão – como quando o parceiro(a) critica ou importuna em relação ao comportamento de exercícios, foi associada a maior estresse diário nos relacionamentos e menos exercícios e gasto energético. Já a persuasão (ex: “Meu parceiro(a) me encoraja a me exercitar”) foi associada a exercícios mais frequentes e maior gasto de energia, resultados positivos.

Se você quer que seu parceiro de relacionamento amoroso se exercite e tenha uma vida mais saudável, parece que exercer pressão joga contra e, que a melhor estratégia é persuadi-lo. Que seja com a ciência embaixo do braço para te ajudar.

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Casais podem usufruir de suporte social para treinar. (Fonte: Getty Images)

O apoio do cônjuge

Em pesquisa realizada em Pelotas – Rio Grande do Sul, em 26 academias com 390 pessoas, um elevado apoio social do cônjuge foi associado a mais atividade física. Quem teve maior apoio social da outra pessoa realizou mais minutos de atividade física e teve maior probabilidade de cumprir a recomendação da Organização Mundial de Saúde de realizar 300 minutos semanais de atividade física.

Basicamente três fatores podem explicar essa relação:

1. As pessoas podem se exercitar com base no que veem seus próximos fazendo. As ações tomadas por outras pessoas próximas e que admiramos sugerem que o comportamento praticado, como os exercícios, é desejável e normal.

2. Além disso, se envolver nos mesmos comportamentos que uma pessoa próxima oferece oportunidades de passar tempo junto e oferece um tópico de conversa.

3. Também é provável que procuremos parceiros românticos que sejam semelhantes a nós ou que se envolvem em comportamentos de saúde semelhantes, como hábitos alimentares e de atividade física.

Treinar em casal pode ser uma oportunidade de tempo de qualidade
Treinar em casal pode ser uma oportunidade de tempo de qualidade. (Fonte: Getty Images)

“Na prática, sugiro que entre o casal, cada um tenha rotineiramente o seu momento individualmente para se exercitar. O exercício é um tempo que pode ser favorável à solitude, uma solidão vivida positivamente. Coisa que muitos casais, especialmente namorados, às vezes nem tem”.

Que cada pessoa tenha seus objetivos, sua modalidade de exercícios, seus amigos de treino, seu tempo, sua logística para treinar (às vezes em academias ou ambientes diferentes) e eventualmente possam colaborar um com outro, com suporte social. É esperado que em dias que nos exercitamos, termos melhores interações sociais com nossos amigos e familiares.

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Fábio Dominski é doutor em Ciências do Movimento Humano e graduado em Educação Física pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). É Professor universitário e pesquisador do Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício (LAPE/UDESC). Faz divulgação científica nas redes sociais e em podcast disponível no Spotify. Autor do livro Exercício Físico e Ciência – Fatos e Mitos.

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