Cientistas divulgaram a imagem mais nítida de uma teia cósmica conectando duas galáxias com buracos negros supermassivos na época em que o universo tinha apenas 2 bilhões de anos. O registro está em um estudo publicado no final de janeiro na revista Nature Astronomy.

Como explicaram os pesquisadores da Universidade de Milano-Bicocca (Itália) e do Instituto Max Planck (Alemanha), a teia cósmica é formada por diversos filamentos que se estendem por milhões de anos-luz. Estes, por sua vez, são compostos por galáxias que se conectam, surgindo aglomerados de galáxias nas interseções, criando as maiores estruturas do universo.

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Filamento da teia cósmica conectando duas galáxias, que aparem em amarelo. (Imagem: Instituto Max Planck/Divulgação)

Tudo isso é moldado pela matéria escura, uma forma de matéria que não interage com a luz, dificultando a sua detecção, porém apresenta efeitos gravitacionais sobre a matéria visível, incluindo galáxias, aglomerados e estrelas, respondendo por 85% do universo. Essa entidade misteriosa também está nos filamentos da complexa teia cósmica.

Na imagem inédita, foi possível registrar um desses filamentos com seus gases, poeira e matéria escura. A partir do fluxo de gás no interior deles, os especialistas podem encontrar informações sobre como acontece a formação e a evolução das galáxias, embora seja difícil realizar tal observação, devido à fraca emissão de luz do hidrogênio, elemento mais abundante na região.

Como a imagem foi feita?

Para a imagem em alta resolução da teia cósmica, a equipe de pesquisa observou a estrutura por mais de 150 horas, utilizando o instrumento Multi-Unit Spectroscopy Explorer (MUSE) do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, no Chile. O filamento registrado tem 3 milhões de anos-luz de diâmetro.

A alta sensibilidade do MUSE possibilitou capturar a radiação do filamento após ela viajar 12 bilhões de anos-luz para chegar à Terra, de acordo com os cientistas. Com isso, eles puderam traçar a fronteira entre o gás e o material na teia cósmica pela primeira vez.

“Ao comparar com a nova imagem de alta definição da teia cósmica, encontramos uma concordância substancial entre a teoria atual e as observações”, detalhou o autor principal, Davide Tornotti, em comunicado. Ainda conforme o especialista, o estudo dá suporte aos questionamentos sobre o modelo padrão da cosmologia surgidos a partir dos registros feitos pelo Telescópio James Webb.


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