Um dos grandes espetáculos celestes prometidos para 2024, não aconteceu. A tão esperada, explosão do sistema estelar binário T Coronae Borealis. Formando por uma anã branca e uma gigante vermelha, o T CrB é do tipo nova recorrente localizado a aproximadamente 3.000 anos-luz de distância da Terra, capaz de aumentar seu brilho em até 1.500 vezes durante uma explosão.
O termo ‘nova recorrente’ se refere aos sistemas que passam por explosões mais de uma vez ao longo do seu tempo de vida. E no caso da T CrB, essas explosões não acontecem por acaso – elas seguem um ciclo previsível e ocorrem em intervalos de algumas décadas. A última erupção registrada foi em 1946, mas o fenômeno já vem sendo observado há ainda mais tempo.
Normalmente, esse sistema estelar tem uma magnitude de +10, um brilho fraco demais para ser visto a olho nu. Mas durante a explosão, sua magnitude salta para +2, deixando o brilho mais visível e possibilitando a visão a olho nu.
Segundo a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos), seu brilho se torna tão intenso que se compara ao da Estrela do Norte, ou Polaris, a mais brilhante da constelação Ursa Menor.
Como a última explosão ocorreu em 1946 e, com base nas características observadas recentemente pelos cientistas, a próxima erupção pode acontecer entre 2025 e 2026 (será que dessa vez vem?).
Os pesquisadores já esperavam um aumento no brilho desde 2024, mas como isso ainda não ocorreu, eles seguem monitorando o sistema e acreditam que a explosão pode acontecer nos próximos meses ou até no próximo ano.
“Um sistema estelar, localizado a 3.000 anos-luz da Terra, deve se tornar visível a olho nu em breve. Essa pode ser uma oportunidade única na vida, já que a explosão da nova ocorre aproximadamente a cada 80 anos. Essa nova recorrente é uma das apenas cinco conhecidas em nossa galáxia. Isso ocorre porque a T CrB é um sistema binário formado por uma anã branca e uma gigante vermelha”, a NASA explica.
T Corona Borealis mais brilhante
O brilho intenso que os cientistas aguardam da T CrB ocorre devido às características do sistema estelar ao qual ela pertence. Sua dinâmica é determinada pela interação entre uma anã branca e sua companheira gigante vermelha.
O termo “nova” é usado para descrever um aumento súbito no brilho de uma estrela, que pode se tornar 100 a 10 mil vezes mais intenso. É importante não confundir com uma supernova, que também envolve uma explosão violenta, mas nesse caso representa o fim da vida de uma estrela.
Segundo a NASA, as estrelas estão tão próximas que a gigante vermelha se torna instável devido ao aumento da temperatura e pressão, quando ela ejeta suas camadas externas.

Por sua vez, a anã branca captura esse material em sua superfície até que a acumulação desse material desencadeia uma reação termonuclear descontrolada, resultando na explosão que será observada.
Astrônomos apontam que, aproximadamente a cada 80 anos, ocorre uma explosão no sistema T CrB que resulta no brilho intenso que estamos aguardando. Esse ciclo
de 80 anos desde a última erupção está prestes a se completar, e a próxima explosão deverá ser visível por alguns dias entre 2025 e 2026. A primeira explosão registrada pela ciência ocorreu em 1866.
Quando será a explosão?
Localizado na constelação Corona Borealis, o sistema estelar T CrB estava inicialmente previsto para explodir entre abril e setembro de 2024. Porém, os cientistas agora acreditam que o brilho intenso provavelmente aumentará em 2025.

Alguns sugerem que a erupção pode ocorrer ainda em março deste ano, enquanto outros apontam que o evento deve acontecer ainda em 2025. Em 1946, pesquisadores da época calcularam que o próximo evento aconteceria entre 2026 e 2027.
A verdade é que não existe uma precisão exata do momento que o sistema T Corona Borealis aumentará seu brilho. Porém, as evidências apontam que isso deve ocorrer em breve.
“Geralmente, esse processo leva milhares de anos para se repetir, fazendo com que cada sistema seja visto como uma nova apenas uma vez. T CrB, no entanto, consegue passar por esse fenômeno a cada 80 anos, o que faz com que os astrônomos a classifiquem como uma nova recorrente”, a NASA descreve.
Como observar o sistema T Corona Borealis?
Astrônomos e especialistas estão monitorando de perto T Coronae Borealis para identificar quando seu brilho começará a aumentar. No momento, se você observar o céu noturno a olho nu, não conseguirá distingui-la de outras estrelas. Porém, quando sua magnitude aumentar, ela se tornará visível sem a necessidade de equipamentos.
Por alguns dias, os entusiastas poderão observar o espetáculo de T CrB a olho nu, com um brilho intenso. Depois disso, por cerca de uma semana, ainda será possível acompanhar o fenômeno; mas nesse estágio, será necessário o uso de binóculos ou telescópio para continuar a observação.
Atualmente, mais de 200 estrelas são consideradas as mais brilhantes do céu. Quando chegar o momento, T CrB também fará parte dessa lista, ainda que por apenas alguns dias.
Se você tiver dificuldades para localizar o sistema ao observar o céu noturno, pode usar aplicativos de reconhecimento de estrelas e constelações, como Sky Map ou Star Walk. A maioria desses apps tem uma interface simples: basta apontar o celular para o céu e procurar a constelação Corona Borealis.
Estrelas podem passar por eventos explosivos impressionantes, desde novas que brilham temporariamente até as hipernovas – uma das explosões mais intensas do universo. Quer saber mais? Entenda como surgem as Novas, Supernovas, Hipernovas e as Kilonovas. Até a próxima!