Diferente do Google, a Meta não está preocupada com a concorrência do DeepSeek. Em reunião com investidores nesta quarta-feira (29), o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, comentou que o sucesso da inteligência artificial chinesa serve de confirmação de que a companhia caminha na direção certa.
Desde o lançamento do DeepSeek-R1, novo modelo da DeepSeek, o mercado de tecnologia enfrentou um grande abalo: as ações das principais companhias que atuam com inteligência artificial depreciaram significativamente, tudo por consequência das inovações e da eficiência apresentada pelo modelo generativo chinês.
Para Zuckerberg, porém, isso não representa um alerta. Na reunião com investidores para a revelação do relatório de lucros do quarto trimestre, Zuckerberg disse que “há várias coisas novas” que a Meta ainda precisa digerir, e a empresa planeja implementar alguns dos avanços do modelo chinês em seus próprios projetos Llama.
“Provavelmente é muito cedo para ter uma opinião forte sobre o que [o DeepSeek] significa para a trajetória acerca de infraestrutura e investimento em bens de capital”, disse Zuckerberg. “Eu ainda acredito que investir pesado em Capital Expenditure [investimentos em espólios como prédios, veículos, maquinário etc] e infraestrutura será uma vantagem estratégica ao longo do tempo”, continuou.
Em uma publicação no Facebook, o CEO anunciou que pretende investir até US$ 65 bilhões em 2025 em inteligência artificial. O dinheiro será majoritariamente destinado à construção de um data center.
Sucesso do DeepSeek é bom sinal para a Meta
Nos últimos três meses, a Meta registrou 21% no aumento de vendas na comparação ano a ano, chegando a US$ 48,39 bilhões. Em lucro líquido, a empresa registrou US$ 20,8 bilhões — 43% mais do que o mesmo período do ano passado.
Contudo, sendo chinesa ou não, os benefícios do DeepSeek são importantes para catalisar a competição e acelerar a inovação. “Isso é parte da natureza de como tudo funciona, seja um competidor chinês ou não”, pontuou o executivo.
A abordagem em código aberto do DeepSeek também sinaliza que a Meta está no caminho certo, destacou Zuckerberg. O dono do Facebook é um grande defensor do open source, e boa parte dos modelos Llama estão disponíveis para consulta pública.
“Vai existir um padrão internacional de código aberto”, especulou o CEO. “Para nossa própria vantagem nacional, é importante que seja um padrão americano”, complementou.
Ainda na reunião, Zuckerberg aproveitou a oportunidade para mencionar o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Temos agora uma administração que tem orgulho de nossas companhias líderes e que prioriza a vitória da tecnologia norte-americana”, disse.
Meta Reality Labs continua caro
As pesquisas da Meta do Reality Labs continuam bem caras para a companhia. No mais recente relatório, em que os números do setor foram expostos separadamente, o Meta Reality Labs custou US$ 4,97 bilhões.
Esse foi o período mais custoso para manutenção do Reality Labs desde o quarto trimestre de 2020, primeiro período destacado pela Meta. Contudo, todos os gastos no setor ficaram em torno dos US$ 4 bilhões nos trimestres financeiros de 2024.