Lançada pela Netflix no dia 29 de novembro, a série Senna é ao mesmo tempo uma grande homenagem ao piloto e uma reprodução dos principais momentos de sua vida. Nela, o streaming vai desde os momentos em que o corredor estrelou na Fórmula Ford até o acidente que tirou sua vida de forma precipitada em Imola, na Itália.
No entanto, a decisão do streaming de resumir toda a história de uma vida em seis episódios veio ao custo da remoção de dois eventos relevantes para a carreira de seu protagonista. Enquanto ignorar o primeiro deles é compreensível dado sua falta de repercussões a longo prazo, o segundo item pode chatear quem acompanhou a carreira de sucesso do atleta.
Série de Ayrton Senna ignorou dois grandes eventos da vida do piloto
O primeiro momento que a série da Netflix ignora é a paralisia parcial do rosto que o piloto teve na época em que fez sua transição da Toleman para a Lotus. Nos últimos meses de 1984, metade de seu rosto simplesmente deixou de se mexer graças a uma mastoidite — uma infecção de um nervo atrás da orelha, responsável por enviar comandos ao cérebro relacionados a movimentos faciais.
Apesar de a situação ter durado durante alguns meses de 1985, com o tratamento de cortisona usado pelo piloto, ela acabou se resolvendo sem grandes repercussões. Assim, faz um pouco de sentido que a série tenha decidido ignorar esse detalhe, para não dar a ele uma importância maior do que na vida real.
No entanto, outra decisão dos produtores de Senna deve ser mais polêmica: a remoção do Grande Prêmio da Europa de 1993, realizado no Donington Park. Esse evento marcou a carreira do piloto por mostrar que ele era um mestre das provas na chuva, sendo capaz de superar qualquer oponente diante dessa condição prejudicial.
Durante a corrida, Senna realizou o que muitos consideram como a “volta mais perfeita” de toda a história de Fórmula 1 — ou a “Volta dos Deuses”, como ficou conhecida no exterior. Largando em quarto lugar, o piloto ainda na primeira volta conseguiu superar Michael Schumacher, Karl Wendlinger, Damon Hill e Alain Prost, mesmo com o asfalto estando completamente encharcado.
Tirando proveito de que, na época, não havia limites de velocidades para corredores que passassem pelos boxes, o brasileiro também aproveitou para fazer uma “malandragem”. Passando por eles rapidamente, o corredor encurtou uma volta em 200 metros e estabeleceu o novo recorde do circuito.
Série é uma grande homenagem ao piloto
Apesar de não conseguir retratar todos os momentos marcantes da vida de Senna, a nova série da Netflix pode ser considerada uma homenagem bastante completa à vida do piloto. Além de mostrar suas conquistas, desafios e decepções dentro das pistas, ela também explora alguns dos relacionamentos que ele teve fora delas.
Nascido em 1960, Ayrton Senna se transformou em um grande herói nacional nos anos 1980 graças à sua parceria com a escuderia McLaren. Nela, ele se sagrou campeão mundial de Fórmula 1 em três anos diferentes: 1988, 1990 e 1991. Ele faleceu aos 34 anos de idade enquanto corria pela Williams, em um acidente que mudou para sempre as regras de segurança da categoria.