Mesmo aqueles que não são tão fãs de jogos de plataforma guardam Donkey Kong Country com carinho no coração, um sentimento que se repetiu com seu retorno no Wii em 2010. Apenas três anos depois, uma nova edição chegou ao 3DS com novas fases e algumas melhorias, mas é em 2025 que a versão de mesa e portátil se unem no Switch com Donkey Kong Country Returns HD. Como o nome deixa claro, essa se trata de uma remasterização do visual e que não traz novidades de gameplay aos jogadores.

A intenção é trazer o game para um console mais moderno para seus fãs veteranos e para um público mais novinho que não teve a oportunidade de experimentá-lo ainda. Nós tivemos a oportunidade de jogá-lo algumas semanas antes de seu lançamento e te contamos nossa experiência completa nesta análise. Então vamos lá!

O retorno do macaco

Como a gente já espera de remasterizações da Nintendo, poucos aspectos de gameplay são realmente alterados. Neste caso, a versão HD leva em consideração especialmente a edição do 3DS, que tinha um novo modo de dificuldade, mais itens na loja do Cranky Kong, mais capacidade para itens no inventário e um mundo inédito com 8 fases adicionais. O que muda no Switch é que o modo de dificuldade do 3DS agora se chama “Modern” (mas funciona da mesma maneira) e que é possível levar 9 itens no inventário em cada fase em vez de 3, o que deve facilitar um pouco a vida dos jogadores.

Esse já é o terceiro
Esse já é o terceiro “retorno” de Donkey Kong Country, desta vez em Full HD

Fora isso, é claro que você verá um visual aprimorado em Full HD, algumas texturas novas e alterações nos efeitos visuais do game e em alguns aspectos do cenário de fundo. Eu acredito que muitas dessas mudanças terão uma recepção mista, já que algumas deixaram o cenário mais bonito e outras tiveram o efeito contrário na minha opinião. Há fases em que a vegetação de fundo não está mais tão abundante ou que a aparência da água não parece tão bem trabalhada como no game original, por exemplo.

Em contrapartida, o que costumava ser bem borrado e escuro no Wii ganhou mais evidência nos detalhes, cores mais vibrantes e uma iluminação mais equilibrada. Felizmente, alguns dos efeitos que estavam faltando nos trailer iniciais foram adicionados, enquanto outros foram bem modificados, como é o caso de fumaças, ataques de inimigos, explosões, etc. É claro que não tive como comparar com a versão original para ver se tudo está aqui ou se algo foi removido, mas imagino que comparações especializadas sejam disponibilizadas nos próximos dias para quem se interessa por esses detalhes técnicos.

Em busca das bananas

No que diz respeito ao gameplay, eu sinto que a experiência é muito parecida ao que a gente já viu tanto no Wii como no 3DS. Eu não sou a pessoa mais habilidosa em games de plataforma, então jogo no modo “Modern” para ter acesso à mais corações, mas mesmo assim acabo errando pulos e não desviando de ataques tão bem quanto gostaria. O que dá para perceber com isso é que os controles de Donkey Kong Country Returns HD são bem ajustados e firmes, deixando aquela sensação de que todos esses errinhos são culpa do jogador e não do jogo em si.

No total, você pode aproveitar 80 fases em 9 mundos diferentes, divididos entre as fases normais, as secretas e as dedicadas aos combates com chefões em cada mundo. Nos cenários normais, seu dever ainda é coletar moedas, pedaços de quebra cabeça e as letras da palavra Kong. Depois de zerar o game pela primeira vez, também dá para enfrentar o Mirror Mode, que espelha o layout de todas as fases, não te permite usar itens, disponibiliza menos corações e deixa Diddy Kong de fora.

Considerando que você pode zerar o game em até 10 horas, ter esses colecionáveis, fases secretas e um mundo espelhado ajuda bastante a aumentar sua duração. Isso também se aplica ao modo multiplayer, já que você e mais uma pessoa podem aproveitar o game inteiro juntos no controle de Donkey e Diddy Kong. Isso pode deixar o jogo mais fácil ou mais desafiador, dependendo do nível de habilidade dos dois jogadores, mas a verdade é que ele sempre fica mais divertido, mesmo que seja frustrante ver seu amigo errando o mesmo pulo pela décima vez seguida.

Bananas caríssimas

Já no quesito performance, eu fico feliz de dizer que não senti engasgos ou quedas de frames perceptíveis durante meu tempo com Donkey Kong Country Returns HD. Isso vale tanto para quando joguei no modo portátil como para quando deixei o Switch no Dock. As duas experiências foram bem agradáveis e é claro que é muito bom ter como escolher entre os dois modos a qualquer momento.

O que preciso frisar é que apesar de termos recebido tantos jogos da Nintendo traduzidos para o nosso idioma recentemente, essa aventura de Donkey Kong não é uma delas. Felizmente, apenas a descrição dos itens exige alguma leitura durante o game, então isso não deve fazer muita diferença aos jogadores brasileiros.

O que seria de Donkey Kong Country sem as clássicas fases de carrinho?!
O que seria de Donkey Kong Country sem as clássicas fases de carrinho?!

Por fim, também acho importante mencionar que o preço de R$ 300 por uma remasterização de um jogo de 2010 parece excessivo. Se fosse um remake feito do zero, com texturas totalmente novas e até algum conteúdo extra, o preço poderia ser justificado, mas no caso atual é difícil de entender. Acredito que fãs apaixonados pela franquia o comprarão de qualquer forma, mas se você estiver na dúvida, talvez seja melhor esperar por uma promoção da versão física ou digital.

Vale a pena?

Após quase 15 anos, eu realmente acho que Donkey Kong Country Returns HD vale muito a pena. Seu design se mostrou muito forte ao longo dos anos e eu acho que o game envelheceu muito bem, já que permanece tão desafiador, carismático e divertido como era em 2010. No visual, mesmo com a resolução Full HD, dá para perceber que se trata de um jogo de Wii por causa dos cenários e modelos de personagens, mas o gameplay ainda dá aula quando o comparamos com games de plataforma atuais.

O seu preço pode ser salgado demais para o que oferece, mas se avaliarmos apenas o jogo, não há como não recomendá-lo. Ele é um verdadeiro coringa nesse finalzinho de vida do Nintendo Switch, já que é perfeito para jogadores casuais, pessoas procurando por uma jornada divertida em multiplayer ou para amantes de plataforma que querem colecionar tudo e alcançar os desejados 200% nesse que consideramos ser o verdadeiro jogo do macaco.

Nota do Voxel: 86

Pontos positivos:

  • Suas fases continuam desafiadoras e divertidas;
  • Há muito conteúdo que incentiva o replay;
  • Há boas mudanças visuais mesmo sendo apenas uma remasterização;
  • Boa performance no geral.

Pontos negativos:

  • Preço muito caro para o que oferece;
  • Sem localização em português;
  • As telas de carregamento são meio demoradas.

Donkey Kong Country Returns HD foi cedido pela Nintendo para review no Switch. O game chega por R$ 299 no console em 16 de janeiro.


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