O Realme GT 7 Pro tem o Snapdragon 8 Elite, tela OLED, câmeras boas, certificação IP69 e 6.500 mAh de bateria, bem mais do que o Galaxy S25 Ultra e o iPhone 16 Pro Max. Ou seja, ele vem para competir nessa faixa dos celulares mais potentes e caros.
Mas, mesmo que entregue muita coisa boa, ele fica nessa posição difícil de competir com Samsung, Apple e Motorola, que são bem conhecidas pelos brasileiros e apostam cada vez mais nos seus próprios ecossistemas.
Design
A Realme mudou um monte de coisas do GT 6 para o novo G7 7 Pro: o novo celular vem com cantos arredondados, ainda que com as laterais planas, e traz diferentes acabamentos na traseira. O que eu testei é fosco, mas lembra o aço escovado com um tom cinza.
Ele segue o padrão do mercado com laterais em alumínio e vidro na traseira e na tela. A gente já está acostumado, mas esse também é um celular grande. Ele chega a ser um pouco mais pesado do que o S25 Ultra, mas é um pouco mais leve que o iPhone 16 Pro Max — os três ainda trazem dimensões aproximadas.
- Dimensões e peso: (A X L X E): 162,45 x 76,89 x 8,55 mm, 222,8g.
Logo de cara é impossível não notar o novo módulo de câmeras — quem passou por mim enquanto eu estava usando o GT 7 Pro disse que parece um cooktop. O celular parece ter sido construído em camadas e é mais protuberante até do que o iPhone 16 Pro. Eu gosto, mas queria que fosse um pouquinho menos “alto”.

Outra coisa que chama atenção no celular da Realme é a certificação IP69 contra água e poeira. Esse é um dos mais altos padrões do mercado e suporta até mesmo jatos de água de alta pressão. Aqui no GT 7 Pro, a empresa ainda promete submersão de até 2 metros e 30 minutos de impermeabilização. Ele tem até um modo para fotografias subaquáticas.
O GT 7 Pro ainda conta com um sensor infravermelho no topo e traz os botões na lateral direita, com o leitor de impressão digital ultrassônico sob a tela. Ele também é muito rápido e fica numa posição confortável para manusear.
Tela e som
A Realme aposta em uma tela grande nesse aparelho. O GT 7 Pro traz um display OLED com vidro curvo de 6,78 polegadas de resolução 1,5K. E ele tem aquela tecnologia LTPO, que alterna a taxa de atualização de 1 Hz até 120 Hz para economizar bateria.
- Tela: 6,78” OLED 1,5K (2780 x 1264p), LTPO 120 Hz, até 6.000 nits.
Essa é uma ótima tela, eu realmente não tenho do que reclamar. Ela é bem responsiva, traz cobertura de 120% do padrão DCI-P3, tem um alto nível de contraste e certificações que prometem mais cuidados com os olhos. O display também tem suporte a Dolby Vision e chega em um brilho máximo absurdo de alto.

De acordo com a Realme, o GT 7 Pro atinge até 6.500 nits de pico de brilho com conteúdos em HDR. Isso é muito acima do que a gente está acostumado, mas raramente você vai ver na prática. O brilho máximo “de verdade” dele é de 2.000 nits, que costuma aparecer quando você está sob o sol, por exemplo. Ou seja, ainda que abaixo desse valor gigantesco, ainda é um valor considerável — só que abaixo do concorrente da Samsung para uso geral.
A Realme traz bordas finas ao redor dessa tela, mas os novos modelos da Samsung e da Apple ainda ganham nesse ponto. O GT 7 Pro também traz áudio estéreo com uma reprodução muito boa de som e é um baita concorrente para essa faixa do mercado. Até mesmo nos volumes mais altos ele fica bem equilibrado.
Desempenho e software
A Realme foi uma das primeiras a anunciar e a lançar um celular com o chipset Qualcomm Snapdragon 8 Elite (3nm, 8 núcleos, com 4,32 GHz). Esse processador traz uma nova arquitetura que promete ganhos expressivos de desempenho e em jogos, e na prática ele é muito bom mesmo.
- Chipset: Snapdragon 8 Elite 3nm, 8 núcleos (4,32 GHz).
Esse é um dos celulares mais rápidos que eu já testei, ele não parece sofrer com praticamente nada e certamente vai se dar bem nos próximos anos. Ele até deixa você escolher a velocidade da animação do sistema, caso você seja ainda mais apressado. Mas eu honestamente não consegui diferenciar a velocidade “média” da “rápida”.
Com jogos ele também segue esse mesmo padrão e é muito bruto. Tudo o que eu joguei — Call of Duty: Mobile, Genshin Impact e outros —, funcionaram com as configurações de gráficos no máximo e com uma boa taxa de quadros por segundo. É, tranquilamente, um dos melhores desempenhos da atualidade.

O modelo que eu testei vem com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento, mas ele também tem opções com 16 GB de RAM ou 256 GB de armazenamento. E se você precisar, ainda pode usar até mais 12 GB de RAM virtual.
O software da marca ainda traz vários outros recursos de jogos. Você pode ativar a função que exibe informações do sistema, como CPU, GPU e um contador de FPS; para aumentar a taxa de quadros; para fazer um upscaling de resolução até 1,5K; e até para usar um modo de HDR.
A Realme também afirma ter melhorado o sistema de resfriamento do aparelho. Ele costuma operar com baixas temperaturas na maior parte do tempo, poucas vezes eu notei que o celular esquentou acima da média. Mas eu também notei que, quando eu jogava algum game por longos períodos, o desempenho ia caindo aos poucos, perdendo até alguns FPS.
O celular chega com Android 15 e a Realme UI 6.0. Ele será atualizado por três gerações do Android, além de quatro anos de atualizações de segurança, segundo a marca. É um período menor de vários concorrentes e que poderia, sim, ser melhor.
A interface da empresa tem vários recursos extras e muitos são baseados em IA, como alguns desses para jogos. Lá na galeria você encontra ferramentas para apagar objetos e que funcionam bem, além de gerar novas imagens a partir de esboços ou de fotografias.
Outro detalhe pequeno, mas que eu achei legal, foi o sistema háptico de vibração dele. Ele serve para dar aquelas respostas durante jogos ou no sistema, e você pode ajustar a intensidade lá nas configurações.
Bateria do Realme GT 7 Pro
A bateria do Realme GT 7 Pro foi uma das coisas que mais me agradou no celular. Ele conta com a tecnologia de silício-carbono, que em resumo tem uma maior densidade de energia. Ele tem simplesmente 6.500 mAh, ultrapassando tranquilo a faixa dos 5.000 mAh.
Eu consegui usar o GT 7 Pro sem nenhum problema e sem precisar correr para pegar o carregador. Ele tem uma das melhores autonomias entre os celulares caros e pode chegar em até um dia e meio em uso se você for mais moderado.
Na prática, usando ele para o trabalho, com jogos, câmera, apps de redes sociais e produtividade, ele entregou pouco mais de 7h de tela ativa com cerca de 40% da energia sobrando. A descarga média com vídeos online é de -4% por hora, chegando a 20h de reprodução. Aqui, por outro lado, quando ele vai esquentando depois de muito tempo, a bateria descarrega mais rápido.
Outro destaque vai para o carregamento. Ele é compatível com carregadores de 120 watts e pode entregar uma carga completa, do 0% aos 100%, em 42 minutos com o celular ligado. Uma carga rápida de 20 minutos, por exemplo, pode devolver 53% da energia.
Câmeras do Realme GT 7 Pro
Outro ponto de destaque do Realme GT 7 Pro está nas suas câmeras. Ele traz um sensor principal de 50 MP e um telefoto de 3x também com 50 MP, os dois com estabilização óptica de imagem (OIS). As outras câmeras incluem um sensor ultra-angular de 8 MP e um frontal de 16 MP. Um detalhe a se observar é que todas as câmeras são produzidas pela Sony.
- Principal: 50 MP (f/1,8, 24mm), OIS, até 8K/24 fps;
- Telefoto: 50 MP (f/2,65, 73mm), OIS, até 4K/60fps;
- Ultra-angular 8 MP (f/2,2, 16mm), até FHD/30fps;
- Frontal: 16 MP (f/2,45, 24mm), até FHD/60fps.
A maioria das fotos e vídeos que eu fiz com ele, principalmente com boa iluminação, ficaram ótimas. As cores ficam bem vibrantes, o alcance dinâmico é muito bom, as imagens quase não têm ruídos aparentes e trazem muita nitidez para você enxergar os detalhes.

Eu também curti muito as imagens que fiz com a câmera telefoto, e até mesmo durante a noite ela me entregou um balanço de branco equilibrado e imagens nítidas. Inclusive, ele tem um modo de zoom digital de 6x que ainda faz fotos muito decentes.
Só a câmera ultra-angular dele que não é equiparável a outros tops de linha. Ela faz fotos boas, especialmente com boa iluminação, mas tende a perder nitidez. Ela não chega a ser uma câmera ruim, só não se compara com os rivais da mesma faixa.
Ou seja, ele chega bem perto de celulares como o S25 Ultra e o iPhone 16 Pro, mas ainda fica atrás nas câmeras. O fato aqui é que o GT 7 Pro, ainda assim, pode fazer ótimas imagens.
Alguns recursos de fotografia também usam IA, como o apagador de objetos, a ferramenta de reduzir o desfoque de movimento em objetos e até o de criar esboços para gerar novas imagens. Mas eu achei essa função de remover o desfoque inconsistente e, pelo menos comigo, não funcionou muito bem.

Isso tudo se repete nas imagens. A câmera principal manda muito bem, assim como a telefoto. Uma coisa que eu achei legal é que a troca de lentes é muito suave quando você está filmando, assim consegue se aproximar e voltar para a câmera principal sem aqueles “travamentos” na imagem.
Ele tem a capacidade de filmar com até 8K a 24 fps, mas eu ainda recomendaria usar a resolução 4K com 30 ou 60 fps. E você também pode filmar em HDR Dolby Vision em Full HD ou 4K. Mas eu achei muito curioso o fato do celular não gravar em 4K com a câmera de ângulo mais aberto, ainda mais pela faixa de mercado dele.

Também vale pontuar que eu não usei o modo de fotografia subaquática justamente porque rolou esse acidente com o aparelho. Ele é ativado automaticamente quando você coloca o celular na água e usa o sensor ultrassônico para identificar os toques e fazer os cliques.
Realme GT7 Pro: vale a pena?
O Realme GT 7 Pro se encaixa facilmente na categoria premium. Ele tem um design imponente, certificação IP69, tela grande e de boa qualidade, além de um hardware claramente poderoso. A nova bateria de silício-carbono também é algo que outras fabricantes já podem correr atrás para usarem nos seus aparelhos.
Para quem busca especificamente desempenho para trabalhar ou até jogar, ele é um celular para ficar de olho. Eu acredito que a Realme vá fazer alguma atualização para otimizar ainda mais o desempenho com jogos, e também para alguns menus da interface que não ficam muito alinhados em português. Fora isso, ele é um celular que cumpre bem o que promete.
Sobre os pontos não muito legais, nem todos os recursos de IA da Realme me pegaram muito, principalmente porque alguns não são tão intuitivos. Sobre isso, acredito que o Galaxy AI esteja na frente. E vale notar que, se você dá preferência às câmeras, vai encontrar no GT 7 Pro um baita aparelho, mas que ainda não está no mesmo nível dos rivais da Samsung e Apple.
Mas também existe uma outra grande questão: o Realme GT 7 Pro foi lançado oficialmente no Brasil? Qual o preço dele de verdade?
A Realme ainda não comunicou nenhum “lançamento oficial” do celular por aqui. Mas a loja da empresa na Shopee tem um anúncio do aparelho, com 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento, por R$7.299, ou R$ 6.299 com um desconto de 14%. O detalhe é que o envio dele é sob encomenda, com “envio após 14 dias da compra”.
Esse é um celular bem competente, mesmo, e ele fica nessa faixa de celulares mais caros. Se ele chegar na faixa dos R$ 5 mil ou até abaixo disso, essa pode ser uma escolha muito tranquila para quem quer um celular potente, ainda que com algumas coisas que poderiam ser refinadas — e outras que podem ser melhoradas no software.