O topo de um dos maiores prédios do Brasil foi atingido por um raio na noite de domingo (9), durante tempestade que caiu na cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O fenômeno foi flagrado por um vizinho do Infinity Coast Tower e a imagem, impressionante, viralizou no Instagram.

Na gravação mostrando outras construções enormes na região, é possível ver a descarga elétrica atmosférica chegando à parte mais alta do arranha-céu que tem quase 235 m de altura, resultando em um forte clarão, além de ouvir o estrondo na sequência. A FG Empreendimentos, construtora responsável pelo residencial, confirmou a veracidade do registro.

Apesar do susto, o raio que caiu no prédio em Balneário Camboriú rendeu várias brincadeiras nas redes sociais. “Até o Thor desceu pra BC!”, disse um internauta nos comentários da publicação, se referindo ao famoso personagem da Marvel e à música que foi uma das campeãs de reprodução nas plataformas de streaming em 2024.

“Recarregou as baterias do prédio”, comentou mais um internauta, enquanto outra postagem parece ter resumido bem o sentimento de quem viu o vídeo: “Uma mistura de ‘Valha-me nossa senhora!’ com ‘que massa’”.  A publicação original acumula milhares de visualizações e curtidas.

Prédio e equipamentos elétricos sofreram danos?

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O arranha-céu de Balneário Camboriú é um dos maiores prédios do Brasil. (Imagem: Getty Images)

Além das brincadeiras, alguns internautas também aproveitaram o vídeo para questionar se a queda do raio causou danos à estrutura do arranha-céu e se os moradores tiveram algum problema, como equipamentos queimados. Mas segundo o superintendente de produção da FG, Gustavo Simas, nenhum contratempo foi registrado.

Como destaca o g1, o engenheiro disse que a incidência de descargas elétricas atmosféricas é maior em prédios muito altos, exigindo uma proteção mais adequada nessas construções para evitar danos. Ele também confirmou que o para-raios do Infinity Coast Tower funcionou da maneira esperada.

O sistema de proteção contra descargas elétricas adotado no prédio segue o modelo estrutural, no qual os pilares possibilitam conduzir a energia liberada pelo raio até o solo. Ainda de acordo com o especialista, o para-raios oferece esse caminho para a descarga elétrica, evitando que a estrutura e os equipamentos ligados à rede sejam afetados.

Trata-se de um mecanismo baseado na Gaiola de Faraday, desenvolvida pelo físico Michael Faraday em 1836. Constituído por um invólucro condutor, este dispositivo distribui a corrente elétrica por diversos caminhos, reduzindo as chances de superaquecimento, levando-a até o solo para a dissipação em um sistema de aterramento.

Como funciona o para-raios?

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Para-raios no topo de uma edificação. (Imagem: Getty Images)

Essencial em um país com alta incidência de descargas atmosféricas como é o caso do Brasil, o para-raios é um dispositivo que faz a condução da eletricidade até o solo onde ela será neutralizada, evitando acidentes na superfície. Em geral, ele inclui uma haste metálica com pontas de aço, alumínio ou cobre que captam e conduzem a corrente.

As descargas originadas na atmosfera podem ter até 1 mil vezes mais potência do que a tensão nos imóveis, aumentando os riscos de explosão de eletrodomésticos e máquinas, choques elétricos fatais e danos na estrutura da edificação. Daí vem a importância de conduzir a energia por um caminho alternativo.

O para-raios de Melsens, como o usado no arranha-céu de Balneário Camboriú, e o para-raios de Franklin, baseado em um experimento de Benjamin Franklin e que usa um fio para conduzir a descarga, são os dois modelos aprovados no Brasil. Há, ainda, o para-raios radioativo, que teve a utilização suspensa devido à eficácia não comprovada.

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