Um grupo de cientistas acredita ter descoberto uma nova explicação para a cor vermelha de Marte, que anteriormente era associada à hematita. A nova resposta, explicada em um estudo publicado na revista Nature Communications nesta terça-feira (25), também pode dar pistas sobre a vida no nosso vizinho espacial.
Pesquisas anteriores sugeriam que o tom avermelhado era causado pela hematita, mineral formado sob condições de superfície seca ao longo de bilhões de anos, depois de um período inicial úmido, por meio de reações com a atmosfera. Porém, as missões ao Planeta Vermelho nas últimas décadas forneceram uma análise mais detalhada da sua composição.
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Baseada nos dados dessas espaçonaves, a equipe formada por especialistas de diversas universidades sugere que a ferrihidrita seja a responsável pela cor vermelha de Marte. Formado na presença de água fria, esse óxido de ferro manteve sua assinatura aquosa até o presente, mesmo tendo sido moído e espalhado pela superfície marciana desde a sua formação.
“Estávamos tentando criar uma réplica da poeira marciana em laboratório usando diferentes tipos de óxido de ferro. Descobrimos que a ferrihidrita misturada com basalto, uma rocha vulcânica, se encaixa melhor nos minerais vistos por espaçonaves em Marte”, afirmou o astrônomo Adomas Valantinas, autor principal do estudo, em comunicado.
Pistas sobre a vida em Marte
Esta nova pesquisa que ajuda a responder por que Marte é vermelho ainda não consegue confirmar se já houve vida por lá. No entanto, traz algumas pistas que reforçam tal possibilidade, pois a formação de ferrihidrita acontece em condições favoráveis à vida.
Para ser formado, o mineral de óxido de ferro depende de um ambiente com oxigênio, proveniente do ar ou de outras fontes, e da água, como explica Valantinas. Ou seja, o Planeta Vermelho provavelmente apresentava condições bem diferentes das de hoje, marcadas pelo clima frio e seco.
Dessa forma, o estudo aponta que Marte, em algum momento, teve um ambiente propício para a vida, inclusive com água líquida, antes de uma mudança brusca. Os autores poderão se aprofundar ainda mais nas causas da tonalidade vermelha da superfície marciana quando as amostras coletadas pelo rover Perseverance forem enviadas para a Terra.
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