Os pilotos do exército ucraniano supostamente adotam estratégias abandonadas desde a Guerra Fria, revelaram militares dos Estados Unidos ao Business Insider. A estratégia adotada pela força bélica do país pode servir como alternativa para sistemas de defesa aérea modernos.
Aposentado, o piloto da força aérea dos Estados Unidos, coronel John Venable, menciona que a estratégia militar da Ucrânia oferece “variadas lições” que podem ser úteis para conflitos armados. Uma dessas técnicas adotadas é o voo em baixa altitude, válido para contornar mísseis superfície-ar (SAM, na sigla em inglês) que tentam atingir aeronaves do país no conflito contra a Rússia.
Segundo o veterano, os pilotos ucranianos “voam bem, bem baixo, e depois reaparecem”. O ressurgimento abre uma janela de oportunidade para atingir outras aeronaves ou sinalizar presença, e logo depois precisam voltar para a baixa altitude.
O método, porém, impõe grandes desafios para os pilotos. “Essa capacidade de voar bem baixo até realmente precisar se expor para entregar ordenança ou atingir outra aeronave não é uma habilidade qualquer”, pontuou o veterano ao BI. “Leva um tempo para poder fazer isso e, no processo, você perde várias aeronaves, perde vários pilotos, proveniente da colisão com o solo”, complementou.
Táticas esquecidas no tempo
Venable conta que essa habilidade não está mais incluída nas estratégias de combate de países do ocidente.
Membro da força aérea dos Estados Unidos por mais de 25 anos, Venable se aposentou em 2007. Ele conta que o país praticou táticas de voo em baixa altitude para a Operação Desert Storm, parte da Guerra do Golfo em 1990. De acordo com a reportagem do BI, várias aeronaves foram perdidas nos primeiros dias de treinamento, então os EUA decidiram optar por táticas de voo de altitude média.
O veterano norte-americano acredita que as táticas de voo de baixa altitude serão quase mandatórias em engajamentos em um futuro “não tão distante”. “Isso é algo que os Estados Unidos poderia observar e tentar entender melhor”, pontuou. “Eventualmente, nossos pilotos furtivos deverão ir mais para baixo, pelo menos em porções de suas surtidas, por causa de avanços nas ameaças de mísseis superfície-ar”, acrescentou Venable.
Conflito brutal contra a Rússia
Um veterano de guerra dos Estados Unidos que lutou ao lado da Ucrânia por um tempo disse que o conflito contra a Rússia não é tão simples quanto parece. Em seu relato, o soldado afirma que várias tropas foram perdidas pois acreditavam que o combate seria fácil.
Na reportagem, o BI ressalta que o conflito contra a Rússia é algo que países do ocidente não veem há anos. “É uma guerra escalável, brutal e com artilharia pesada com grande perda de tropas”, descreve o texto.
