As leis da física são alguns dos princípios mais fundamentais que governam nosso universo, contudo existem alguns objetos no espaço sideral que parecem estar além de algumas delas. 

Isso se refere a fontes ultraluminosas de raios-X (em inglês ultraluminous X-ray sources, ou ULXs), descobertas inicialmente em 1980, e capazes de emitir cerca de 10 milhões de vezes mais energia que o sol. Esses corpos surpreendem por quebrarem o Limite de Eddington, que determina o quão brilhante algo de um determinado tamanho pode ser. No entanto, elas excedem regularmente esse valor de 100 a 500 vezes, algo que vem deixando os cientistas perplexos.

A grande infratora

(Fonte: NASA/JPL-Caltech/Reprodução)(Fonte: NASA/JPL-Caltech/Reprodução)

Em um estudo recente publicado no Jornal de Astrofísica, os cientistas usaram o satélite NuSTAR da NASA para observar uma fonte em particular, conhecida como M82 X-2, e confirmaram que ela está realmente desafiando a tal limitação física. Isso é algo de grande importância, porque as teorias anteriores sugeriam que o brilho extremo poderia ser algum tipo de ilusão de ótica.

Até este momento, acreditava-se que as ULXs eram buracos negros, porém a M82 X-2 é uma estrela de nêutrons – o núcleo morto restante de uma estrela como o sol. Esses corpos são incrivelmente densos, com gravidade em sua superfície cerca de 100 trilhões de vezes mais forte que a da Terra, o que significa que qualquer material puxado para ele terá um efeito explosivo.

“Um marshmallow jogado na superfície de uma estrela de nêutrons a atingiria com a energia de mil bombas de hidrogênio”, afirma a agência federal de exploração espacial norte-americana.

Fonte do brilho

Um exemplo de estrela de nêutrons encontrada no coração da Nebulosa do Caranguejo. (Fonte: Wikipedia/ESA/Hubble/Reprodução)Um exemplo de estrela de nêutrons encontrada no coração da Nebulosa do Caranguejo. (Fonte: Wikipedia/ESA/Hubble/Reprodução)

De acordo com os dados analisados na nova pesquisa, essa fonte ultraluminosa consome material equivalente à massa de 1,5 do nosso planeta por ano, o que a faz desviar de outra estrela vizinha. E quando esta quantidade atinge sua superfície, causa então o brilho incomum observado, podendo ser uma evidência de que algo está ocorrendo que a permite quebrar o Limite de Eddington.

Os pesquisadores acreditam que o campo magnético intenso da M82 X-2 permite que ela mude a forma de seus átomos e se mantenha íntegra enquanto fica mais luminosa. Essa observação é muito interessante, pois efeitos de campos magnéticos dessa magnitude nunca poderiam ser reproduzidos na Terra com a tecnologia que possuímos atualmente.

“Esta é a beleza da astronomia… não podemos realmente fazer experimentos para obter respostas rápidas; temos que esperar que o universo nos mostre seus segredos”, afirmou Matteo Bachetti, principal autor do estudo e astrofísico do Observatório Astronômico de Cagliari, na Itália.

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