A tecnologia de internet Li-Fi (ou Light Fidelity) é um sistema que usa luz visível ou infravermelha para transmitir dados, ao invés das ondas de rádio, como ocorre com o sistema Wi-Fi. Trata-se de uma conexão sem fio que tem potencial de trazer alta velocidade para a internet, de forma segura e sem interferência eletromagnética.

O abastecimento dessa conexão se dá por meio de lâmpadas, de iluminação pública ou mesmo por televisões de LED. Ainda que esteja em fase de desenvolvimento, trata-se de uma grande promessa para o futuro da tecnologia, com a entrega de velocidades que podem ser até 100 vezes mais rápidas que o Wi-Fi convencional.

Conheça neste artigo mais detalhes sobre o Li-Fi e tudo o que essa conexão de internet poderá proporcionar quando se tornar comercial.

O que é a tecnologia Li-Fi?

A tecnologia Li-Fi promete entregar altíssima velocidade de internet. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

O Li-Fi é um sistema de conexão sem fio que transmite dados porr luz LED ou infravermelha. Ele foi apresentado pela primeira vez em 2011 pelo professor Harald Haas, da Universidade de Edimburgo, durante uma palestra proferida no TEDGlobal.

Enquanto o Wi-Fi (o tipo de conexão mais usado no mundo todo) utiliza a radiofrequência, a tecnologia Li-Fi requisita apenas  uma lâmpada com um chip para poder propagar o sinal da Internet por meio das ondas luminosas.

A promessa é que isso seja um avanço enorme em relação ao Wi-Fi, ao 3G, 4G e 5G, no que diz respeito à velocidade e à largura de banda. Essas conexões também acabam ficando saturadas e limitadas quando muitos usuários estão ligados na internet ao mesmo tempo, o que causa perda em seu desempenho e até queda do sinal. Já o Li-Fi funcionaria com uma frequência de banda de 200.000 GHz – a título de comparação, o Wi-Fi chega no máximo a cerca de 5 GHz. 

Em 2013, uma empresa escocesa chamada pureLiFi se tornou a primeira a lançar uma solução Li-Fi comercial, por meio do chip Li-1st. Isso foi um marco importante para que outras organizações passassem a investir nela. Atualmente, esta tecnologia está em fase de testes nos Estados Unidos e na Europa.

Como o Li-Fi funciona?

O Li-Fi requisita de equipamentos específicos para funcionar. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Esta tecnologia opera por meio de um sistema de comunicação de luz visível (Visible Light Communication System, ou VLC), a partir de três etapas centrais:

  • Transmissão: é feita por meio de lâmpada LED, que atua como um transmissor das informações vindas de um roteador. A fonte emite uma luz que pisca em velocidades extremamente altas, que então serve para codificar os dados a serem transmitidos, de maneira semelhante ao código Morse;
  • Recepção: ocorre por meio de um fotorreceptor instalado em um dispositivo, como um celular ou computador. O aparelho capta as rápidas variações de luz e converte os sinais luminosos em sinais elétricos, que são em seguida codificados para recuperar os dados originais;
  • Comunicação bidirecional: por fim, um transmissor de uplink utiliza a luz ambiente para transmitir dados de volta à lâmpada.

Possíveis aplicações do Li-Fi

O Li-Fi pode ser uma boa solução para locais que precisam de conexão segura. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

A ideia é que o Li-Fi seja aproveitado em diversas áreas que necessitam de conexões rápidas e seguras. Vejamos algumas delas:

  • Hospitais: podem fazer uso do Li-Fi para confinar o sinal em espaços específicos, atuando em máquinas que não podem ser desligadas;
  • Residências e escritórios: tiram proveito da velocidade rápida, o que assegura a produtividade em situações que demandam de muita largura de banda, como videoconferências;
  • Tecnologias de realidade virtual e aumentada: o Li-Fi oferece estabilidade e menos latência em transmissões de imersão, melhorando a experiência;
  • Indústrias: podem fazer bom uso de uma conexão estável e rápida para interligar os maquinários sem interrupções.

Vantagens do Li-Fi

O grande trunfo da conexão Li-Fi é a velocidade. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

A promessa até o momento é que o sistema Li-Fi traga várias vantagens aos usuários. Além da velocidade, que é muito mais alta do que a do Wi-Fi, essa conexão deve trazer segurança: já que a luz não atravessa paredes, há mais proteção quanto a interferências externas.

Por conta dessa alta capacidade, a tecnologia Li-Fi também deve permitir conectar inúmeros dispositivos simultaneamente sem que haja comprometimento da conexão. Isso também significa uma baixa latência, o que é um grande diferencial para quem usa internet para jogos, por exemplo.

Por fim, destaca-se também a eficiência energética: a ideia é que o Li-Fi seja integrado de forma eficiente, sem a necessidade de instalar muitos equipamentos novos.

Desvantagens do Li-Fi

Pode levar muito tempo para que o Li-Fi se popularize. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Contudo, há possíveis limitações no Li-Fi que devem ser consideradas. Dentre elas, está o alcance limitado de rede: como depende de fontes de luz, a conexão precisa estar em ambientes internos e os dispositivos devem estar com uma visão direta para o transmissor da rede.

Frente a isso, vale lembrar que é preciso de uma grande infraestrutura de iluminação para o Li-Fi poder ser distribuído. Assim, em eventos abertos, por exemplo, demoraria muito para que houvesse condições de aproveitamento dessa tecnologia.

Ainda também deve levar tempo para que ela se torne comercial, o que significa um problema de compatibilidade de aparelhos e a falta de um padrão universal.

O Li-Fi pode substituir o Wi-Fi?

O mais provável é que Wi-Fi e Li-Fi convivam juntos por muito tempo. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

O Li-Fi ainda não tem disponibilidade comercial, mas há uma potencialidade para que essa tecnologia seja desenvolvida e distribuída no futuro. Conta a favor disso as vantagens trazidas pela velocidade obtida por esse sistema, o que pode fazer com que empresas decidam investir na criação de equipamentos específicos.

O mais provável é que, em um futuro próximo, Li-Fi e Wi-Fi existam ao mesmo tempo, sem que uma substitua a outra.

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