O martelo da justiça da Nintendo continua “cantando” para aqueles que não andam na linha no que diz respeito à pirataria de seus produtos. Tivemos diversos casos assim em 2024, e o mais recente deles pode ter sido significativo não apenas para a gigante japonesa, mas para a indústria como um todo.
A Nintendo confirmou na última terça (04) que venceu uma longa batalha judicial na Suprema Corte francesa contra a Dstorage — responsável pelo site de compartilhamento de arquivos 1fichier.com. A empresa considera que o julgamento foi uma vitória “para toda a indústria de jogos”.

A vitória no tribunal francês veio após anos de audiências — e, de fato, ela representa muito para as gigantes do ramo. O motivo? A partir de agora qualquer empresa de compartilhamento de arquivos sediada na Europa deverá remover cópias ilegais de jogos quando solicitada pelo detentor dos direitos autorais.
Se não o fizerem, essas empresas podem ser responsabilizadas pelo conteúdo e enfrentar multas enormes — assim como punições severas. “A Nintendo está satisfeita com a decisão do tribunal de responsabilidade contra a Dstorage”, disse um representante da Big N ao Eurogamer.
Processo contra a Dstorage começou em 2021 e foi cheio de idas e vindas
O pleito que consagrou a vitória para a Nintendo corre desde 2021. A casa do Mario tomou medidas contra a Dstorage depois que a empresa ignorou os pedidos para parar de hospedar cópias ilegais de jogos do Switch.
Em 2021, um tribunal de Paris concluiu que a Dstorage estava, de fato, hospedando jogos piratas e ordenou que ela pagasse à Nintendo uma multa de € 935 mil (quase R$ 6 milhões na conversão direta) em danos.

Como esperado, a Dstorage lançou um recurso para recorrer ao processo — mas falhou novamente em 2023, sendo condenada a pagar ainda mais dinheiro à Nintendo. Mas o caso não terminou aí.
Após a última derrota em 2023, a Dstorage levou o assunto para a Suprema Corte francesa, onde argumentou que uma ordem judicial específica era necessária antes que ela precisasse remover o conteúdo de seus serviços de hospedagem. No entanto, essa tentativa também falhou — culminando na derrota definitiva.

“A Nintendo promove e fomenta o desenvolvimento e a criatividade, e apoia fortemente os desenvolvedores que criam legitimamente softwares novos e inovadores”, disse a Nintendo ao Eurogamer.
“A mensagem da Nintendo aos consumidores é para não baixar cópias piratas de jogos, pois isso aumenta o risco de interferir na funcionalidade e na experiência que jogar títulos legítimos em hardware autêntico da Nintendo pode proporcionar”.
Nintendo está caçando emuladores e lutando contra pirataria
Esta não é nem de longe a primeira vez que a Nintendo decide atuar contra a pirataria de seus jogos. Em maio do ano passado, a gigante japonesa também processou a Tropic Haze, responsável pelo Yuzu — famoso emulador de Nintendo Switch.
A empresa alegou que o Yuzu estava “facilitando a pirataria em escala colossal” de suas propriedades. Com isso, a Tropic Haze resolveu o processo poucas semanas depois, concordando em pagar US$ 2,4 milhões em multas. Posteriormente, a gigante japonesa também derrubou mais de 8.500 clones e links alternativos do programa.

A pirataria dos consoles da casa é algo que movimenta uma comunidade inteira nas redes. As opções são diversas, como o desbloqueio do próprio Switch ou através de emuladores no PC, mas o fato é que os jogos da marca sempre chegam de forma antecipada nessas plataformas.
Zelda: Tears of the Kingdom, por exemplo, foi lançado em maio de 2023, mas uma semana e meia antes da sua estreia a sequência já estava sendo pirateada mais de 1 milhão de vezes no Yuzu — que oferecia opções de reprodução muito melhores que no console da Nintendo, inclusive.
Com o lançamento do Switch 2 cada vez mais próximo, a empresa está investindo pesado no combate à pirataria e emuladores, possivelmente para tentar evitar que futuros jogos do console sejam distribuídos online. No entanto, as vitórias da empresa nas cortes, principalmente a decisão na Europa, pode abrir precedentes para que mais companhias façam games antigos desaparecerem da internet, ameaçando a preservação de certos títulos via emulação — e tornando o trabalho de iniciativas como a GOG Dreamlist cada vez mais importantes.
Nintendo não deixa nada passar — nem Pal e nem supermercado
Vale lembrar que em novembro do ano passado a gigante japonesa também processou um streamer que transmitia os jogos pirateados do Switch em plataformas como YouTube e Twitch. Jesse Keighin, streamer conhecido como Every Game Guru, transmitiu “repetidamente” jogos pirateados do Switch em seus canais. Além disso, ele ainda provocava a gigante japonesa, afirmando que não poderia ser pego por isso.

Certamente, nem alvos grandes estão “seguros” — como é o caso da Pocketpair, responsável por Palworld, o “Pokémon com armas”. Em setembro do ano passado, a Nintendo foi ao Tribunal Distrital de Tóquio para processar o estúdio por violação de patentes. Os detalhes na íntegra você pode conferir no link abaixo!
No entanto, o caso mais absurdo aconteceu recentemente. A Nintendo perdeu uma batalha judicial contra um supermercado da Costa Rica, processado pela empresa no ano passado apenas por ter o nome de “Super Mario”. Que doidera, não?
Qual sua opinião sobre a Nintendo investir tantos recursos para combater a pirataria? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel!