Não vale a pena comprar o Samsung Galaxy S25 agora. Como consumidor consciente, a estreia de um Galaxy S25 sem grandes novidades parece uma grande oportunidade para comprar o S24 — algo que eu já vislumbrava há algum tempo, já que sou dono de um S22 Ultra. Com apenas as adições esperadas de um salto geracional e a garantia de que as funções anunciadas estarão todas na One UI 7, eu estou mais inclinado a economizar.
Uma das ferramentas exclusivas que mais me atraiu nesse tipo de modelo é a S Pen com conectividade Bluetooth para controle remoto de câmera e outras funções — isso foi removido do Galaxy S25 Ultra. Somado ao fato de a câmera telefoto adicional continuar com zoom óptico máximo de 5x, percebo que é uma atualização ainda mais desnecessária. Comprar o celular mais recente pode garantir um ano a mais de atualizações de software e segurança, mas não acho que isso valha os R$ 12 mil cobrados no S25 Ultra de 256 GB.
Agora pode custar até R$ 15 mil no Brasil na variante mais cara.
O reajuste do preço sugerido faz acreditar que os novos celulares da Samsung são superiores aos modelos antigos, mas esse pode ter sido um dos lançamentos mais seguros (e nada inovadores) da empresa. O Galaxy S25 apresenta pouquíssimas novidades em comparação com a geração anterior, com melhorias quase exclusivamente presentes no hardware interno.
Dentre os modelos recentemente apresentados, o Galaxy S25 Ultra é a única variante que apresenta alterações mais evidentes: as câmeras ultrawide e telefoto agora contam com 50 MP de resolução e os cantos do aparelho foram arredondados, apresentando um design mais condizente com o restante da linha.
A especulação acerca do reajuste de preço do Galaxy S25 começou a circular há meses. A principal suspeita é que os modelos ficariam mais caros dada a presença do chipset Qualcomm Snapdragon 8 Elite, novo processador topo de linha, que supostamente elevaria os custos de montagem dos novos modelos.
Contudo, os acréscimos de preços não se concretizaram em todos os mercados: os Galaxy S25 são vendidos pelo mesmo valor em mercados como Estados Unidos e Reino Unido. Isso não necessariamente significa que o custo de fabricação se manteve o mesmo, mas pelo menos sugere que a Samsung optou por preservar as faixas de preço nesses mercados.
No Brasil, porém, os aumentos foram expressivos. Abaixo, veja o comparativo entre os modelos:
Observando o gráfico, a menor diferença entre preços de estreia está no modelo base. O Galaxy S25 é até R$ 1 mil mais caro que o Galaxy S24 padrão em todas as opções de armazenamento. O reajuste foi de R$ 1,5 mil para as variantes Plus e até R$ 2 mil nos modelos Galaxy S25 Ultra.
Culpa pode ser do dólar
O aumento do preço do Galaxy S25 pode ser justificado pela desvalorização do Real brasileiro frente ao dólar americano e outras moedas internacionais. Em 17 de janeiro de 2024, dia em que os Galaxy S24 foram lançados, o câmbio estava em R$ 4,95; mas em 22 de janeiro de 2025, a moeda estadunidense registrou R$ 6,03 (segundo dados obtidos pela Wise).
Porém, o reajuste na tabela de preços não aconteceu exclusivamente no Brasil. Conforme apurou o site GSM Arena, os Galaxy S25 também estão mais caros na estreia no mercado canadense, embora os acréscimos sejam bem menos expressivos.
Galaxy S25 não tem grandes novidades
O lançamento Galaxy S25 foi fortemente pautado em inteligência artificial — e só. A apresentação destacou vários recursos em software que estarão presentes nativamente nos novos modelos graças à One UI 7, sistema que também será distribuído para celulares mais antigos.
Não se sabe se todos os recursos de IA apresentados no lançamento dos novos modelos estarão presentes nos aparelhos mais antigos, mas não há motivo aparente para não estarem. Boa parte das funcionalidades aparentemente são processadas de forma híbrida (nuvem + local), e o hardware do Galaxy S24 já era bem capaz de rodar funções desse tipo.
A única diferença mesmo fica para o Galaxy S25 Ultra, agora com câmeras de resolução bem maior que a contraparte de 2024. As fotos e os vídeos com as lentes ultrawide e telefoto devem ser bem mais nítidas e ricas em detalhes, mas ainda é preciso ver os componentes em ação para dizer com certeza se o aprimoramento é realmente útil.
Galaxy S25 Ultra perdeu recursos
Porém, o Galaxy S25 Ultra perdeu recursos da linha: a S Pen embutida no aparelho não tem mais suporte para conexão Bluetooth, portanto todas as funções que dependiam da conexão sem fio não estão mais presentes.
Dessa forma, os gestos à distância e a capacidade tirar fotos com a canetinha da Samsung não estão mais disponíveis no Galaxy S25 Ultra. A conexão sem fio está presente na linha desde o Galaxy S22 Ultra.
Segundo a Samsung, poucos usuários aproveitavam os recursos de controle remoto da S Pen e, por isso, a função foi removida — mas essa afirmação é discutível. A empresa menciona que consumidores geralmente usam o controle remoto presente no Galaxy Ring ou nos Galaxy Watch para tirar fotos remotamente.
Vale a pena comprar o Galaxy S25?
Enquanto as análises do Galaxy S25 não saem, é impossível afirmar que não é um lançamento que vale a pena — e, no final, a escolha recai ao poder aquisitivo e desejo do usuário. Contudo, é bastante aparente que os lançamentos de 2024 continuam tão capazes e interessantes quanto os modelos mais novos, ainda que as novidades em software demorem um pouco mais para chegar.
Sobretudo, os preços dos Galaxy S24 devem continuar caindo frente ao lançamento da geração mais nova. Portanto, os flagships do ano passado podem ficar ainda mais interessantes para o consumidor comum do que a geração mais recente.
Atualmente, o Galaxy S24 é oferecido até abaixo da faixa dos R$ 4 mil no modelo mais barato. A variante Galaxy S24 Ultra também aparece no mercado com preços bem mais aceitáveis, chegando a custar algo em torno de R$ 6,8 mil nas principais lojas.
Colhendo opiniões
Eu conversei com o Leonardo Rocha, editor do TecMundo no YouTube, sobre as impressões dele. Leo acredita que ainda é muito cedo para cravarmos com certeza o quão melhor ou não é o desempenho dos S25 em comparação com a geração anterior.
Ele afirmou o seguinte: “é inegável que o desempenho do chip Snapdragon 8 Elite é muito superior ao irmão mais velho da Qualcomm ou os Exynos usados na família S24. Similarmente, o salto de 8 para 12 GB de RAM também abre espaço para que modelos amplos de linguagem rodem mais recursos avançados diretamente nos dispositivos, o que pode impactar bastante o que a IA deles consegue fazer com mais privacidade e nos momentos em que você não estiver conectado por qualquer motivo”.
O Leo já está produzindo o review do novo aparelho da Samsung e algumas percepções poderão mudar. Você vai acompanhar o resultado em breve aqui no TecMundo, mas ele também já adiantou: “quando consideramos que as gerações anteriores de celulares top de linha da Samsung também devem receber a maioria dos – senão todos os – recursos de software como parte da atualização para a OneUI 7, é muito provável que os S25 continuem não sendo a melhor escolha para qualquer pessoa que viva em regiões com boa cobertura de redes móveis, com conexões de alta velocidade e sem receios dos riscos de mandar seus dados para a IA processar na nuvem”.
E para finalizar, ele soltou esse comentário com o print abaixo: “é somente a partir do momento em que ambas as gerações estejam plenamente atualizadas e em termos de software que vamos poder ativar a chavinha que limita o processamento de IA somente aos próprios dispositivos e ver na prática quão mais capazes os S25 são do que seus antecessores”.
Outra pessoa que conversei foi o Well Arruda, também editor do TecMundo no YouTube, que foi até o Galaxy Unpacked assistir ao lançamento do S25. Ele já está com o aparelho em mãos e comentou que a sensação geral é “mais do mesmo”, adicionando que em muitos momentos parece mais um celular do Google do que da Samsung — as diferenças tocam mais no software.
Em breve, teremos nosso review e outras matérias com mais opiniões de outros editores sobre o smartphone.
Uma conclusão momentânea
Vamos finalizar: ao olhar para fora do ecossistema Samsung, o catálogo de opções se torna ainda maior com o Realme GT 7 Pro, o Asus ROG Phone 9 e o futuro Xiaomi 15 Ultra, que são boas alternativas, todas equipadas com chipset Snapdragon 8 Elite e ficha técnica de peso tão poderosas (ou até superiores) às dos modelos da fabricante sul-coreana.
Considerando a faixa de preço exorbitante, até os iPhones 16 merecem atenção no momento da pesquisa para a compra de um celular novo. No site oficial da Apple, o modelo base da linha sai por R$ 7.799, enquanto a base da variante mais parruda, o iPhone 16 Pro, é vendida por R$ 10.499.
A lista de aparelhos com especificações similares aos Galaxy S25 tende só a aumentar ao longo do ano, à medida que outras marcas lançam topos de linha com o chipset mais poderoso da Qualcomm e apostam em preços mais competitivos. Portanto, o consumidor mais paciente e atento aos lançamentos do ano tende a economizar e pode aproveitar uma oferta ainda melhor do que os topos de linha de janeiro.