Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos formalmente no fim de janeiro — e na ocasião já assinou uma série de ordens executivas. Uma delas é referente a um novo conjunto de tarifas sobre produtos da China, Canadá e México que pode impactar significativamente o preço e a disponibilidade de mídias físicas, assim como consoles, em território norte-americano. Mas isso afetará o Brasil de alguma forma?
Bem, vamos por partes. As tarifas começaram a valer na última terça-feira (04) e incluem um imposto de 25% sobre quase todas as importações do Canadá e do México — além de um imposto de 20% sobre bens da China.

Embora seja possível para as empresas simplesmente arcarem com esses custos, na maioria dos casos eles são repassados ??aos consumidores. Gigantes como Target, Best Buy, Acer e outras já alertaram aos seus clientes para esperar que os preços de seus produtos aumentem nos próximos meses.
Aparentemente o cenário também será caótico para quem joga videogames. De acordo com Daniel Ahmad, analista da Niko Partners, as tarifas de 20% sobre produtos chineses impactarão os preços de consoles, smartphones, GPUs, laptops e muitos outros produtos — enquanto a tarifa de 25% sobre produtos do México impactará consideravelmente os jogos físicos nos EUA.
Jogos em mídia física ficarão mais caros no Brasil?
Cerca de 75% dos consoles importados para os Estados Unidos são da China, de acordo com Ahmad — então ainda não ficou claro o quanto exatamente essas tarifas impactarão os preços.

Embora o cenário não seja nada animador na terra do Tio Sam, parece que o Brasil está “tranquilo” — pelo menos por enquanto e na questão dos jogos físicos.
“Os produtos distribuídos no Brasil são de fabricação local, logo não há incidência do imposto de importação, no momento observamos a movimentação do setor, mas não há sinalização de que suas medidas possam afetar o mercado brasileiro”, confirmou a Solutions 2GO, distribuidora de jogos em mídia física no Brasil, ao Voxel.
Na verdade, o nosso país é bastante autônomo no que diz respeito à produção de jogos em mídia física — já que a replicação de discos, assim como materiais gráficos e estojo de acondicionamento, são fabricados aqui.
“A S2G tem uma distribuição abrangente que atende todos os clientes em território nacional, desde grandes varejistas a pequenos estabelecimentos especializados no mercado de videogames”, explicou a Solutions 2GO.
Empresas podem tratar a mídia digital como uma prioridade, mas mídia física no Brasil ainda é essencial
Desde o início da atual geração, com a disponibilidade do Xbox Series S e o modelo digital do PS5, já ficou claro que as grandes empresas do ramo estão cada vez mais adeptas a lançar seus jogos apenas em formato digital — e as novas tarifas impostas por Trump podem acelerar ainda mais essa tendência.
Mat Piscatella, analista da Circana, também destacou em um relatório recente que o mercado norte-americano vem registrando quedas nas vendas de jogos entre os mais jovens — já que o hobby tem se tornado cada vez mais caro por lá.
Além disso, ele interagiu na publicação de Ahmad para observar que existe a possibilidade de jogos físicos desaparecerem totalmente das prateleiras.

Por aqui, no entanto, ainda há uma grande demanda dos jogadores brasileiros por jogos em mídia física, já que a infraestrutura do país no que diz respeito à internet banda larga enfrenta certas limitações.
“Acreditamos que, apesar do crescimento da mídia digital, a mídia física ainda tem um papel fundamental no Brasil. Um dos principais fatores é a infraestrutura de banda larga do país, que ainda apresenta desafios”, contou a Solutions 2GO ao Voxel. “Muitos jogadores possuem internet limitada, planos com franquia de dados e dificuldades para baixar jogos que, muitas vezes, ultrapassam 100 GB. Nesse cenário, a mídia física oferece conveniência e acessibilidade”.
E você, prefere a mídia digital ou ainda é adepto à mídia física? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel!