O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (13) novas sanções que restringem ainda mais as exportações de processadores norte-americanos para outros países. A medida vale para chips que lidam especificamente com data centers e serviços de inteligência artificial (IA).
Em vez de limitar as negociações com a China, que costuma ser o alvo mais recente das medidas comerciais dos EUA, a administração de Joe Biden incluiu 120 países na lista das nações que terão restrições na comercialização de processadores para IA. As regiões afetadas envolvem até aliados políticos, como Portugal, México, Israel e partes da União Europeia, com apenas cerca de 18 países livres de restrições.
De acordo com o comunicado, a ideia é “preservar a liderança em IA dos EUA” e acelerar o desenvolvimento interno de chips no setor, além de impedir que esses materiais sejam usados por nações hoje consideradas adversárias, como China, Irã e Coreia do Norte.
O que as novas sanções significam?
Países que se mantiveram fora da lista de limitações não precisarão de autorização de exportação para negociar altas quantidades de GPUs, enquanto as nações agora monitoradas precisam seguir certos “parâmetros de segurança” ou não terão a comercialização autorizada.
Como resultado da nova medida, as ações da norte-americana Nvidia caíram cerca de 5% no mesmo dia do anúncio — já que a limitação reduz as possibilidades de venda de placas de vídeo (GPU) da empresa para companhias de outros países.
O governo chinês também reclamou das novas medidas, que cortam ainda mais os laços do país asiático com empresas internacionais que ainda mantinham negócios com marcas locais.
Uma das ideias do governo é fortalecer fabricação e uso de chips de IA dentro dos próprios EUA ou de aliados próximos. O plano também busca fortalecer o ecossistema local de empresas como Microsoft, Google, Amazon e Meta a partir de esforços de fabricantes também norte-americanas, como Intel, AMD e Nvidia.
As novas regras só começam a valer em 120 dias, já durante a gestão de Donald Trump, e podem ser alteradas ou até canceladas pelo novo presidente.
