Quem acompanha Assassin’s Creed desde os seus primórdios sabe que sempre teve um nome muito forte por trás de tudo o que acontecia nas histórias: Desmond Miles. No entanto, a contribuição do protagonista para a saga foi concluída em Assassin’s Creed 3 — e desde então a Ubisoft tem lutado para manter a franquia em sua ausência, segundo a própria empresa.
Em entrevista ao Eurogamer durante o BAFTA Game Awards em novembro do ano passado, por exemplo, o chefe da franquia Assassin”s Creed, Marc-Alexis Coté, refletiu sobre as dificuldades da série para contar uma narrativa significativa e conectada desde a morte de Desmond em AC 3 — e como isso finalmente será corrigido no futuro.

“Quando a franquia Assassin”s Creed foi criada, ela introduziu uma estrutura narrativa ousada e inovadora, um arco de história moderno centrado em Desmond que estava entrelaçado com aventuras históricas”, lembrou Coté. “A jornada de Desmond estava no centro do conflito moderno que impulsionava a busca pelas Peças do Éden, que poderiam mudar o curso da história. No entanto, com sua morte no final de Assassin”s Creed 3, enfrentamos uma encruzilhada criativa”.
“Terminar o arco de Desmond foi uma decisão difícil”, acrescentou o executivo, “e depois disso, o enredo moderno teve dificuldade para se firmar”.
Quem é Desmond Miles? O que aconteceu com o protagonista de Assassin’s Creed?
Caso tenha pegado o “bonde andando” e não jogou os clássicos da franquia, Desmond Miles foi um personagem central de Assassin’s Creed, sendo descendente de Altair, Ezio e Connor — protagonistas dos três primeiros jogos.
Inicialmente fugindo da Ordem dos Assassinos, ele acabou sendo capturado pelos Templários, que usaram suas memórias para buscar as Peças do Éden. Após escapar, Desmond acabou se unindo a eles para desempenhar um papel crucial na luta contra a ameaça global prevista no calendário maia.

Em Assassin’s Creed 3, Desmond descobre que o mundo enfrentaria uma explosão solar catastrófica. Para evitar o desastre, ele ativa um dispositivo criado pela civilização Isu, sacrificando sua vida para proteger a humanidade.
No entanto, ao fazer isso, ele também liberta Juno, uma antiga entidade Isu com intenções desconhecidas. Seu corpo é posteriormente coletado pela Abstergo, que carrega suas memórias para seu sistema em nuvem.

Embora a série tenha seguido novos rumos, Assassin’s Creed Valhalla trouxe referências a Desmond. A protagonista moderna, Layla Hassan, que foi introduzida em Assassin’s Creed Origins, encontra um supercomputador Isu chamado Yggdrasil, onde se depara com The Reader, uma entidade que tem a mesma voz de Desmond.
O The Reader explora diferentes linhas do tempo para tentar evitar futuros desastres globais — e, embora ele não seja Desmond fisicamente, sua presença sugere que o personagem ainda possa ter um papel importante no futuro da franquia, especialmente na luta contra as ameaças deixadas pelo passado da civilização Isu.
Segundo Coté, Assassin’s Creed voltará a dar mais foco à história — e Shadows deixou isso muito claro
Mas os tempos históricos entre os diferentes jogos, além de mudanças nas equipes por trás de cada um dos títulos, acabaram trazendo inconsistência para a franquia após a conclusão do arco de Desmond.
“O foco contínuo em personagens caçando as Peças do Éden tornou a narrativa mais previsível e reduziu o conflito entre Templários e Assassinos a uma busca direta por controle sobre essas relíquias mágicas. A mudança tirou o foco do que sempre esteve no cerne da franquia: explorar nossa história”, explicou Coté.

“À medida que avançamos, nosso objetivo é colocar a história de volta no centro da experiência dos jogadores”, continuou o executivo. “A narrativa moderna servirá para aprimorar, em vez de ofuscar, a jornada histórica. Ao traçar um contraste significativo entre passado e presente, pretendemos restaurar o equilíbrio que já foi a marca registrada da franquia”.
Assassin”s Creed Shadows conquistou mais de 1 milhão de jogadores em apenas 24h
Bem, com a chegada de Assassin’s Cred Shadows na última quinta-feira (20), ficou claro que essa abordagem mais focada na história pode ser muito benéfica para a franquia — já que a aventura está sendo chamada por muitos fãs como o melhor game da saga em tempos, como apontado em nossa análise.
Em publicação no X (antigo Twitter), a Ubisoft confirmou que a sequência teve mais de 1 milhão de jogadores ativos em menos de 24 horas de disponibilidade nas plataformas (lembrando que o game foi lançado ontem).

Para efeitos de comparação, Shadows confortavelmente mais que dobrou a contagem de jogadores do primeiro dia de Assassin”s Creed Odyssey — que teve mais de 450 mil players no mesmo período.
Bem, Assassin”s Creed viveu nas sombras de Desmond nos primeiros anos — e agora a nova abordagem parece ter provado o seu valor. Qual sua opinião sobre o assunto? Comente nas redes sociais do Voxel!