As famosas torres da ponte do Brooklyn, em Nova York, não são as estruturas mais altas do Ocidente. No entanto, foram imortalizadas em filmes e séries diversas. Além disso, caminhar por essa ponte é quase que uma obrigação para qualquer turista que visite a cidade.

Mas você sabia que, bem embaixo da ponte, há uma história regada a vinho que pouca gente conhece?

As adegas secretas da ponte do Brooklyn

No ano de 1876, após sete anos do início da construção e cerca de sete anos antes da conclusão da ponte do Brooklyn, duas adegas subterrâneas foram criadas: uma, no lado do Brooklyn e a outra do lado de Manhattan.

Tudo começou antes da ponte existir e tem mais a ver com uma estratégia para angariar recursos financeiros do que para esconder vinhos.

(Fonte: Chris Molloy/ Pexels/ Reprodução)(Fonte: Chris Molloy/ Pexels/ Reprodução)

Por ocasião dos planos para a construção de uma estrada que ligaria o Brooklyn a ilha de Manhattan, o engenheiro-chefe de pontes, Washington Roebling, bem como seu pai, antes dele, estavam em dúvida sobre o que fazer com às duas instalações comerciais que funcionavam nos pontos de ligação de cada lado.

Na  margem do East River no Brooklyn, a Rackey’s Wine Company já mantinha bons negócios envolvendo vinhos. Do lado de Manhattan quem dominava o comércio de bebidas era a Luyties & Co.

E foi então que Roebling, que conhecia bem cada detalhe da construção enxergou uma solução simples para conseguir compensar alguns dos custos de seu projeto estimado em 15 milhões de dólares.

Roebling conseguiu que duas adegas de vinhos fossem criadas uma de cada lado da ponte do Brooklyn. 

Além delas, a construção também contaria com diversas câmaras alugadas para comércios e empresas locais, que poderiam usar esses espaços para armazenar produtos.

Com o passar do tempo esses espaços ganharam nomes de ruas francesas, bem como pinturas de videiras e vinícolas como decoração.

Quando a ponte foi concluída, as adegas já estavam funcionando. Devido às ótimas características do lugar como temperatura e umidade adequadas para armazenar vinhos de excelência, não demorou muito para que os nova-iorquinos começassem a comparar as adegas da ponte do Brooklyn com as melhores da França.

(Fonte: Joshua Woroniecki/ Pexels/ Reprodução)(Fonte: Joshua Woroniecki/ Pexels/ Reprodução)

Por cerca de 40 anos os moradores do Brooklyn e de Manhattan puderam aproveitar a festa que acontecia sob a estrutura, embora muitos dos que passavam sobre ela não faziam ideia do que havia embaixo.

Mas, como tudo o que é bom precisa ter um fim, no final da década de 1910, um movimento de moderação começou a tomar conta dos EUA e, com a chegada da Lei Seca, o vinho e demais bebidas alcoólicas desapareceram das adegas da ponte do Brooklyn (e de todo o país).

Com isso, as instalações passaram a ser usadas para guardar jornais, o que não pareceu ser uma boa ideia devido à umidade. 

Após a Lei Seca, o vinho retornou ao lugar. Então, vieram as duas Grandes Guerras e as coisas mudaram novamente. 

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