A rede social TikTok não será mais vendida a curto prazo. O governo chinês suspendeu as atuais negociações da plataforma com grupos de investidores dos Estados Unidos após o anúncio de novas tarifas internacionais pelo presidente Donald Trump.
Veículos como a Bloomberg e o próprio Trump confirmaram a informação. “Tínhamos um negócio bem encaminhado para o TikTok… Não um negócio fechado, mas bem próximo… E aí a China mudou o acordo por causa das tarifas”, disse o presidente durante uma entrevista coletiva a bordo da aeronave presidencial Air Force One.
Ainda de acordo com o presidente dos EUA, um pequeno corte nas atuais taxas de cobrança recíproca faria com que a venda fosse selada “em 15 minutos”, o que “mostra o poder das tarifas” impostas recentemente pelo país. Ambas as partes, porém, não chegaram a um consenso.
Como anda a venda do TikTok?
A situação envolvendo o TikTok e o governo dos EUA, que vai impactar as operações globais da plataforma, segue estagnada por tempo indeterminado. Decisões de ambos os lados podem ser tomadas em breve e o jogo mudar rapidamente, mas a tendência atual é de volta à estaca zero nas negociações.
No último sábado (5), os EUA ampliaram em mais 75 dias o prazo para que o TikTok não seja banido em todo o país. Para isso, é necessário que a desenvolvedora ByteDance venda as operações da rede social para uma empresa ou um grupo de investidores sem envolvimento da China.
O serviço é acusado de ser atualmente um risco para a segurança nacional por supostos laços com o governo chinês, além de falhar em proteger a privacidade de dados dos usuários pela capacidade de armazená-los no país asiático.
A suspensão foi determinada ainda no ano passado, com uma lei proposta no Congresso norte-americano e sancionada por Joe Biden. O próprio Trump tentou a suspensão em 2018, no primeiro mandato como presidente, mas abraçou a rede social na última campanha e agora tenta mantê-la no ar sob novos donos.
Logo após assumir o cargo, ele conseguiu “resgatar” o app do primeiro prazo do banimento e tomou a frente das negociações. Entre os interessados em tirar o TikTok da China está um consórcio de investidores que inclui o youtuber MrBeast, a Oracle, a gigante Amazon e o fundo de investimentos BlackRock, que já detém uma porcentagem da ByteDance.
O impacto das tarifas de Trump na tecnologia
A China já é um dos países mais prejudicados por sanções comerciais dos EUA nos últimos anos, mas recebeu uma taxa adicional de 34% sobre importações no último pacote de tarifas anunciado por Trump, que passou a valer no último sábado (5).
Os EUA também receberam uma tarifa recíproca no mesmo valor. Isso pode levar ao aumento nos custos de produção de itens que são fabricados na China e enviados para venda no país, com essa diferença possivelmente refletida no preço final de produtos. A Nintendo, que fabrica o Switch 2 no Camboja e no Vietnã (afetado por uma tarifa de 54%), suspendeu a pré-venda do console para avaliar a situação.
Além desse pacote, Trump pode impor ainda um imposto adicional em chips vindos de outros países na tentativa de fortalecer a indústria local de semicondutores.
Quer saber o que pode acontecer com os preços de produtos de tecnologia no Brasil como resposta ao “tarifaço” de Trump? Confira esse vídeo especial do TecMundo debatendo o assunto!