Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams finalmente voltaram à Terra depois de passarem nove meses “presos” no espaço, devido a falhas em uma missão originalmente prevista para durar pouco mais de uma semana. A nave que trouxe a dupla de volta para casa chegou à costa da Flórida (Estados Unidos) no fim da tarde de terça-feira (18).
A bordo da Crew Dragon da SpaceX, também estavam o astronauta da NASA, Nick Hague, e o cosmonauta da Roscomos, Aleksandr Gorbunov. O quarteto que integrou a missão Crew-9 encarou mais de 17 horas de viagem entre a Estação Espacial Internacional (ISS) e a superfície terrestre.

“Nick, Alex, Butch, Suni, em nome da SpaceX, bem-vindos ao lar”, celebraram os controladores da missão, durante a transmissão ao vivo feita pela agência espacial americana. Em resposta, o comandante da nave, Hague, agradeceu e disse que a cápsula espacial estava “cheia de sorrisos, de orelha a orelha”.
Enquanto aguardava a equipe de resgate, a Crew Dragon balançou no mar da Flórida por alguns minutos, cercada por um grupo de golfinhos. Após a abertura da escotilha, Suni e Butch acenaram e sorriram, aparentando boa saúde, antes de passarem por um período de recuperação e serem transportados para a base na cidade de Houston.
Quase 300 dias no espaço

Quando embarcaram na nave Starliner em junho do ano passado, Wilmore e Williams não esperavam ter que aguardar tanto tempo para voltar à Terra. Originalmente, a missão inaugural da cápsula construída pela Boeing tinha previsão de durar somente oito dias, porém precisou ser estendida por problemas técnicos.
Algumas falhas na espaçonave levaram a NASA a optar por realizar a viagem de retorno do veículo sem tripulação. Enquanto isso, a dupla acabou tendo uma hospedagem mais longa do que o previsto na ISS, aguardando os planos da agência espacial em relação à missão de resgate, que sofreu vários adiamentos.
Em uma transmissão recente, ambos afirmaram que sentiam saudades da família e dos amigos, mas que nem por isso deixaram de aproveitar a estadia na Estação Espacial. Eles estiveram envolvidos em mais de 150 experimentos científicos realizados no laboratório orbital, no período, caminhadas espaciais e outras atividades.
Agora, os astronautas que estavam presos no espaço terão que recuperar as habilidades terrestres, passando por uma série de exercícios físicos específicos para que seus músculos voltem a se adaptar à nossa gravidade, como explicou a NASA. Passando por cuidados médicos rotineiros para quem ficou tanto tempo em órbita, a dupla deve reencontrar suas famílias em até dois dias.
Quem ficou mais tempo no espaço?

Apesar do longo período a bordo da ISS, Suni e Butch ficaram longe de quebrar o recorde de estadia no espaço. Até o momento, o feito pertence ao cosmonauta Valeri Polyakov, que passou 437 dias na estação espacial russa Mir entre janeiro de 1994 e março de 1995.
Entre os astronautas da NASA, o recordista é Frank Rubio, com 371 dias no espaço, entre 2022 e 2023, estadia motivada por um motivo semelhante ao da dupla que acaba de voltar para casa. Marke Vande Hei, com 355 dias em órbita, e Scott Kelly com 340 dias, completam o pódio atual.
No caso das mulheres que passaram mais tempo no espaço, a liderança é de Christina Koch com 328 dias a bordo da Estação Espacial — ela também participou da primeira caminhada espacial 100% feminina, em 2019. Outra integrante da agência espacial americana, Peggy Whitson aparece na segunda posição, com 289 dias em órbita.
Já se considerarmos o tempo acumulado no espaço, o recordista é o cosmonauta russo Oleg Kononenko, com nada menos que 1.111 dias em órbita de forma não consecutiva. A marca foi alcançada ao longo de cinco viagens à ISS desde 2008, fazendo-o considerar o laboratório orbital como seu segundo lar.
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