Semanalmente, o TecMundo e a equipe do #AstroMiniBR reúnem as notícias mais relevantes da astronomia para você ficar por dentro de tudo sobre o nosso fantástico universo. Confira abaixo!

1. A mega estrutura Quipu!

Astrônomos descobriram uma estrutura chamada “Quipu”, considerada a maior já registrada no universo conhecido.

Essa superestrutura é formada por um aglomerado de aglomerados de galáxias, se estendendo por impressionantes 1,3 bilhão de anos-luz, o que é mais de 13.000 vezes o tamanho da Via Láctea. Com uma massa de aproximadamente 200 quadrilhões de massas solares, o Quipu supera outras grandes estruturas como o superaglomerado Laniakea, detentor do último recorde cósmico.

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Quipu, composta por um conjunto de aglomerados de galáxias, sendo a maior estrutura cósmica conhecida. (Fonte: ESA & Planck Collaboration / Rosat/ Digitised Sky Survey)

O nome “Quipu” foi inspirado em um antigo sistema Inca de contagem e armazenamento de informações por meio de nós em cordas.

A estrutura é composta por um filamento central longo, com várias ramificações laterais, e pode ser observada a olho nu em mapas do céu que mapeiam aglomerados de galáxias. Esse achado foi resultado de um estudo focado em observar estruturas distantes, cujas ondas de luz são deslocadas para o vermelho, o que indica sua grande distância da Terra.

Quipu faz parte de um grupo de cinco enormes estruturas identificadas na pesquisa, todas localizadas entre 425 e 815 milhões de anos-luz da Terra. Juntas, essas estruturas representam uma porção significativa da matéria e das galáxias do universo observável, abrangendo 45% dos aglomerados de galáxias e 25% da matéria.

2. O sistema estelar Kepler-90

O sistema Kepler-90 é um dos mais fascinantes descobertos pela missão Kepler da NASA, que buscou exoplanetas em zonas habitáveis ao redor de outras estrelas. Localizado a cerca de 2.500 anos-luz da Terra, na constelação de Dragão, Kepler-90 é uma estrela do tipo anã amarela, muito similar ao nosso Sol.

O que torna esse sistema particularmente interessante é que ele possui um total de oito exoplanetas, o mesmo número de planetas que o nosso Sistema Solar, o que o torna um dos sistemas mais semelhantes ao nosso conhecido até agora.

Os planetas do sistema Kepler-90 orbitam a estrela em uma configuração compacta e bem organizada. O primeiro exoplaneta descoberto nesse sistema, o Kepler-90b, é um planeta rochoso, quente e com características semelhantes às de Mercúrio, orbitando sua estrela em uma distância muito curta.

Os outros planetas variam em tamanho, desde mundos rochosos até gigantes gasosos, como Kepler-90g, que é o maior planeta do sistema. Esses exoplanetas possuem órbitas e características muito diferentes entre si, mas todos estão localizados em uma região próxima da estrela, o que torna o sistema particularmente denso.

A descoberta de Kepler-90 e seus oito planetas foi um marco na exploração de sistemas planetários distantes. Usando algoritmos de aprendizado de máquina, os cientistas conseguiram identificar um planeta adicional em órbita de Kepler-90, algo que não havia sido possível com métodos tradicionais.

Essa técnica promete acelerar futuras descobertas de exoplanetas e oferecer uma nova compreensão sobre como sistemas planetários, como o nosso, se formam e evoluem.

3. Uma nova pista para habitabilidade planetária

Astrônomos descobriram que a presença de dióxido de enxofre na atmosfera de exoplanetas pode ser um indicativo importante para identificar quais mundos são habitáveis ou não. O dióxido de enxofre é raro em planetas com condições favoráveis à vida, como a Terra, pois a chuva tende a removê-lo da atmosfera.

Em planetas como Vênus, onde o ambiente é extremamente hostil, o dióxido de enxofre se acumula devido à intensa radiação ultravioleta, sendo um sinal de que o planeta é inabitável. O uso do dióxido de enxofre como marcador ajudará a restringir a busca por planetas potencialmente habitáveis.

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A atmosfera do planeta Vênus é rica em dióxido de enxofre. (Fonte: JAXA/Akatsuki)

Se um planeta orbitando uma estrela anã vermelha tiver grandes concentrações de dióxido de enxofre, isso indica que ele provavelmente possui um clima semelhante ao de Vênus: quente, seco e com uma atmosfera densa, tornando-o improvável de abrigar vida. Já a ausência desse gás pode indicar que o planeta tem mais chances de ter água em estado vapor e, possivelmente, condições para vida.

Essa descoberta vem no contexto de um esforço contínuo de identificar exoplanetas habitáveis, especialmente ao redor de estrelas anãs vermelhas, comuns na galáxia e podem ter planetas em suas zonas habitáveis.

Embora o dióxido de enxofre não seja um indicador direto de vida, ele oferece uma ferramenta útil para descartar mundos que não são adequados para a existência de organismos vivos.

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