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Apple tropeça na corrida da IA

A Apple Intelligence, aposta da empresa para impulsionar vendas do iPhone 16, ainda não decolou. O lançamento fragmentado e o atraso na nova Siri frustraram consumidores, levando 50% dos usuários a adiar o upgrade, segundo a Morgan Stanley. No mercado chinês, onde Samsung e Xiaomi avançam com IA integrada, a Apple também enfrenta dificuldades.

As ações refletem a turbulência: queda de 11% no ano, acompanhando Nvidia (-17%), Microsoft e Amazon (-9%). Analistas alertam que a lentidão pode impactar ciclos de atualização até 2026, colocando a Apple atrás de Samsung e Google, que já oferecem recursos avançados com Gemini AI. A empresa, que já errou com o Vision Pro, agora luta para provar que ainda sabe inovar.

Mas nem tudo está perdido. Apple Watch e AirPods também começaram desacreditados e viraram sucessos. Especialistas acreditam que a empresa pode se recuperar, mas sem soluções rápidas: a transição para a IA pode levar anos — e a concorrência não espera.

DeepSeek vira febre na China

O modelo de IA DeepSeek R1 virou sensação na China, com empresas de todos os setores anunciando integrações para surfar na onda da tecnologia. De automóveis a games, bancos e até usinas nucleares, o modelo open source tem sido adotado tanto por quem vê valor real em sua capacidade quanto por empresas que querem apenas impulsionar suas ações com a associação à IA do momento.

O sucesso do DeepSeek também ganhou um tom nacionalista, sendo visto como resposta da China às restrições dos EUA ao seu acesso a chips avançados. O próprio governo chinês abraçou a narrativa, com o ministro das Relações Exteriores comparando a IA a marcos históricos como o programa nuclear e a exploração espacial. Isso reforçou a percepção de que a China pode competir de igual para igual no cenário global de IA, impulsionando ainda mais sua adoção.

Ainda assim, especialistas alertam para um possível efeito bolha. Muitas empresas usam DeepSeek apenas para gerar hype e atrair investidores, sem um plano claro de implementação. Mas, independentemente do exagero, uma coisa é certa: DeepSeek já superou gigantes como Baidu e Alibaba em relevância, mostrando que a IA chinesa está avançando rápido.

Pokémon Go muda de dono

A Niantic Labs anunciou a venda de sua divisão de games para a Scopely, empresa controlada pelo fundo soberano da Arábia Saudita, por US$ 3,5 bilhões. O negócio inclui títulos como Pokémon Go, Monster Hunter Now e Pikmin Bloom, além das plataformas Campfire e Wayfarer.

Enquanto a Niantic foca agora em tecnologia geoespacial, a Scopely expande sua presença no setor, seguindo a estratégia saudita de transformar o país em um hub global de games. O movimento acontece após anos difíceis para a Niantic, que, sem conseguir repetir o sucesso de Pokémon Go, cancelou projetos e cortou funcionários. Apesar disso, o jogo segue lucrativo, com US$ 1 bilhão em receita no último ano e um total estimado de US$ 7,9 bilhões desde 2016.

Para a Arábia Saudita, que já investiu na Nintendo, EA e Activision Blizzard, a compra reforça sua estratégia de diversificação econômica e sua ambição de ser o maior polo de games do mundo. Resta saber se a Scopely conseguirá transformar Pokémon Go em um “jogo eterno”, como promete — ou se a febre da realidade aumentada já passou.


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