A Amazon trabalha ativamente para transformar a famosa assistente Alexa em um IA agêntica, ou seja, uma inteligência artificial com autonomia para realizar tarefas com o mínimo de interferência humana. Em entrevista ao Financial Times, o chefe da divisão de inteligência artificial geral da Amazon, Rohit Prasad, confirmou e destacou inúmeros obstáculos pelo caminho.
Para a Alexa, a Amazon tem a ideia de acabar com o caráter mais simplista do produto, usado para tarefas simples, como ouvir música, configurar alarmes ou dizer a previsão do tempo. O novo objetivo é transformar a assistente em uma espécie de concierge personalizado, que vai desde sugerir restaurantes para um jantar até configurar a iluminação do quarto com base nos ciclos de sono dos usuários.
Essa nova assistente vai conseguir reconhecer demandas e traduzir as respostas, além de conseguir identificar eventuais erros próprios, como as alucinações de IA. Uma das opções que a Amazon tem em mãos é criar um serviço de assinatura da Alexa, segundo informações de um ex-funcionário da companhia.
Desenvolvimento não é simples
Informações sobre uma Alexa autônoma não são novidade, uma vez que o próprio CEO da Amazon, Andy Jassy, já idealizou esse movimento no passado. Para o empresário, a próxima geração das IAs não realizará apenas comentários, mas também ações.
Mesmo que haja empolgação para ver essa IA Agência da Alexa no dia a dia, Rohit Prasad comenta haver múltiplos obstáculos pelo caminho. O líder da divisão indica que os efeitos de alucinação nessas IAs “estiveram perto de zero”, uma vez que usam modelos parrudos, como as LLMs (Grandes Modelos de Linguagem) Nova, da própria Amazon, e o Claude, da Anthropic.
A grande questão é que simplesmente não basta substituir as configurações originais da Alexa pelas LLMs e seus gigantescos conjuntos de dados. Enquanto os algoritmos da assistente são mais simples e predefinidos, os grandes modelos de linguagem utilizam muitos dados de forma imprevisível.
Dessa forma, o time de desenvolvimento das empresas encontrou barreiras para continuar esse processo, que está ativo pelo menos desde o fim de 2022 com a explosão de chatbots como o ChatGPT. Todavia, ainda não há uma previsão para o lançamento dessa Alexa autônoma.