Você provavelmente já ouviu falar sobre a sociedade secreta dos Illuminati, que supostamente controlaria tudo o que acontece no mundo. Independente do quão fantasiosas sejam as teorias de conspiração geradas sobre eles, a verdade é que o grupo surgiu da mente de um homem: o pensador alemão do século XVIII, Adam Weishaupt.
Weishaupt era um modesto professor de direito que sonhou alto e reuniu um pequeno grupo de estudantes em 1776 para fundar uma ordem secreta, chamada Illuminati. A ideia, já expressa no termo que dá nome ao grupo, era refletir os princípios do Iluminismo e funcionar como contraponto às religiões.
A criação do grupo
(Fonte: Shutterstock)
Nascido na Alemanha em 1748, Johann Adam Weishaupt cresceu sendo uma criança dedicada na escola e bastante ambiciosa. Ao crescer, logo se tornou um crítico das religiões — o que o colocava em conflito com seus professores jesuítas.
A verdade é que Weishaupt sempre teve uma mente inquieta. Desde menino, lia os livros dos iluministas franceses que encontrava na biblioteca do seu tio. Aos poucos, ele passou a se identificar com os preceitos em prol da liberdade de pensamento, o que era reprimido pela Igreja e pela monarquia.
Já adulto, ele quis entrar na maçonaria, que se espalhava rapidamente pela Europa. No entanto, Weishaupt se desiludiu com os maçons quando viu que eles davam espaço a livros que ele considerava esotéricos.
Ao se tornar professor de direito na cidade de Ingolstadt, ele passou a imaginar como poderia aproveitar melhor as ideias iluministas. Foi aí que teve a sacada de iniciar sua própria sociedade de livres-pensadores, onde ele e os demais membros poderiam estudar estes temas e difundi-los.
Dentre os lemas que estabeleceu para o grupo, estavam a libertação de todos os preconceitos religiosos, o cultivo das virtudes sociais e a busca pela felicidade universal. Isto tudo seria buscado à medida que as pessoas se libertassem das amarras trazidas pela subordinação às crenças.
A ideia do grupo, na verdade, era reunir “conspiradores” que quisessem libertar o mundo da dominação cristã, que segundo Adam Weishaupt estava tomando a Europa.
Ascensão e queda dos Illuminati
(Fonte: Corbis Historical/Getty Images)
Na fundação da ordem, ocorrida em 1º de maio de 1776, houve um ritual chamado Bund der Perfektibilisten, ou Pacto da Perfectibilidade. Nele, os membros faziam a promessa de sempre priorizar a razão sobre a crença e ajudar a espalhar os ideais do grupo. Os membros pertenciam a três níveis: os noviços, os minervais (em referência a Minerva, deusa romana da sabedoria e da justiça) e minervais iluminados.
A ordem foi crescendo de tamanho nos anos seguintes — em 1782, tinha cerca de 600 membros, incluindo nobres, políticos, médicos e intelectuais de todo tipo, como o escritor Johann Wolfgang von Goethe. Só podia entrar no grupo quem fosse homem, rico e influente: não eram aceitas mulheres, judeus, pagãos ou monges.
Weinshaupt se autointitulava “Spartacus” nas reuniões. Com a expansão da ordem, os Illuminati passaram a ser alvo de perseguição na Alemanha, tanto que Weinshaupt precisou fugir do país em 1784.
Aí, a história se bifurca: alguns acreditam que os Illuminati acabaram com a saída de seu fundador, mas outros dizem que eles continuaram a existir na clandestinidade. Para estes últimos, a sociedade secreta teria levado à criação das ideologias do anarquismo, do comunismo, do surgimento dos Estados Unidos, e do levante da Revolução Francesa e da Revolução Russa.
Verdade ou não, o que se sabe é que depois de exilado Adam Weishaup passou o resto de sua vida escrevendo sobre a experiência dos Illuminati e faleceu em 1830, aos 82 anos.
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