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Facebook quer voltar às raízes
O Facebook está tentando resgatar o espírito das suas origens com a nova aba “Friends”, um feed exclusivo para posts de amigos e familiares, sem interferência de algoritmos ou influenciadores. A mudança, por enquanto disponível apenas nos EUA e Canadá, é um aceno ao “OG Facebook”, como Mark Zuckerberg gosta de chamar a versão mais social da plataforma. Segundo Tom Alison, chefe do app, a ideia é recriar a experiência que tornou o Facebook um fenômeno nos anos 2000.
A novidade surge após anos de críticas ao crescimento do conteúdo recomendado por IA, que transformou o feed do Facebook em um espaço dominado por vídeos curtos e postagens de criadores desconhecidos – algo mais parecido com TV do que uma rede social. O modelo impulsionou o engajamento, mas afastou usuários que sentiam falta das conexões pessoais. Agora, a Meta aposta em uma abordagem híbrida: manter os algoritmos no feed principal e oferecer um refúgio nostálgico na aba de amigos.
O movimento é estratégico. Enquanto tenta rejuvenescer sua base de usuários com vídeos e grupos, o Facebook quer reter aqueles que ainda valorizam as interações pessoais. A aba “Friends” pode não superar o feed principal em popularidade, mas é um primeiro passo em uma série de mudanças que devem chegar ao longo de 2025. Afinal, como disse Alison, o Facebook ainda precisa “parecer social” – o que, ironicamente, virou um desafio para a própria rede social.
O Ghibli-verso da OpenAI durou pouco
O novo gerador de imagens do ChatGPT viralizou e saiu do ar em menos de 24 horas. A OpenAI pausou o recurso gratuito depois que usuários inundaram a internet com imagens no estilo do Studio Ghibli, desde versões animadas de fotos familiares até recriações de eventos históricos como o 11 de setembro e a morte de JFK.
O próprio Sam Altman, CEO da OpenAI, entrou na brincadeira, trocando sua foto de perfil no X por uma versão “Ghibli-ficada” de si mesmo – mas logo depois anunciou a suspensão da ferramenta para usuários não pagantes. A polêmica vai além da nostalgia: legalmente, copiar o estilo de um estúdio não infringe direitos autorais, mas o tema segue um campo minado.
O próprio Hayao Miyazaki, cofundador da Ghibli, já expressou seu desprezo por arte gerada por IA, chamando-a de um “insulto à vida”. Enquanto isso, usuários encontraram formas de burlar as restrições, criando imagens no estilo de artistas vivos, políticos e até cenas perturbadoras. O caso lembra tendências anteriores, como bonecos Funko Pop gerados por IA, que levantaram questões sobre direitos autorais e uso da imagem de figuras públicas.
BYD ultrapassa Tesla e acirra guerra dos elétricos
A BYD desbancou a Tesla em receita anual de 2024, faturando US$ 107 bilhões contra US$ 97,7 bilhões da rival. O crescimento de 29% foi impulsionado pela venda de híbridos, segmento ignorado por Elon Musk. Em volume total, a chinesa também atropelou: 4,3 milhões de unidades contra 1,79 milhão da Tesla. E ainda anunciou um carregador que recarrega um EV em cinco minutos, contra os 15 da Tesla.
Enquanto a Tesla perde mercado na Europa, com vendas caindo 42% nos primeiros meses do ano, tenta abrir novas frentes. A empresa anunciou um evento em Riad, na Arábia Saudita, para promover sua tecnologia autônoma e o robô Optimus. O movimento acontece apesar da relação turbulenta de Musk com o reino, que já frustrou uma tentativa do bilionário de fechar o capital da Tesla em 2018 e, em seguida, investiu US$ 1 bilhão na concorrente Lucid Motors. Agora, com as ações da Tesla caindo mais de 40% desde dezembro, Musk busca novos aliados.
Além da concorrência chinesa, Musk enfrenta desafios políticos. Seu apoio a Donald Trump e à extrema direita alemã gerou boicotes, enquanto governos ocidentais impõem tarifas sobre veículos chineses. O duelo BYD vs. Tesla está só começando, e o cenário já mostra que, no futuro dos elétricos, o jogo não será decidido apenas na tecnologia, mas também na geopolítica e no preço final ao consumidor.