O TecMundo e a equipe do #AstroMiniBR, semanalmente, fazem uma seleção especial com as curiosidades astronômicas mais relevantes, para compartilhar com você, um pouco sobre o nosso fascinante universo. Confira abaixo!
1. Novas descobertas sobre o núcleo marciano
Pesquisas recentes sugerem que Marte pode possuir um núcleo interno sólido, semelhante ao da Terra. Cientistas da Universidade de Bayreuth e do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF) conduziram experimentos submetendo amostras de ferro e enxofre a altas pressões e temperaturas, replicando as condições do interior marciano.
Esses testes resultaram na cristalização de uma nova fase de sulfeto de ferro, denominada Fe4??S3, indicando que o núcleo profundo de Marte pode ser sólido.

Esses achados desafiam estudos anteriores baseados em dados sísmicos da missão InSight da NASA, que apontavam para um núcleo líquido em Marte. A presença de elementos mais leves, como o enxofre, no núcleo marciano, levaria à expectativa de um estado líquido devido às temperaturas elevadas.
No entanto, os novos experimentos mostraram que o sulfeto de ferro pode cristalizar mesmo em temperaturas mais baixas dentro da faixa estimada para o núcleo de Marte, tornando plausível a existência de um núcleo interno sólido.
Se confirmado, um núcleo sólido em Marte seria mais uma característica compartilhada com a Terra, além de semelhanças como calotas polares, vulcões e cânions. Essa descoberta poderia fornecer insights sobre a evolução geológica e a dinâmica interna do planeta vermelho, aproximando nosso entendimento das condições que moldaram Marte e a Terra ao longo de bilhões de anos.
2. A belíssima nebulosa de Órion
A Nebulosa de Órion, também conhecida como M42, é uma das regiões de formação estelar mais estudadas e visíveis da Terra. Localizada a aproximadamente 1.344 anos-luz de distância, na constelação de Órion, essa nebulosa é uma imensa nuvem de gás e poeira onde novas estrelas estão nascendo.
Com um diâmetro de cerca de 24 anos-luz, M42 brilha intensamente devido à radiação emitida pelas estrelas recém-formadas, que ionizam o gás ao seu redor. A nebulosa é visível a olho nu como uma mancha difusa no cinturão de Órion e se destaca como um dos objetos mais impressionantes do céu noturno quando observada por meio de telescópios.
a famosa nebulosa de Orion é uma região de formação estelar de 40 anos-luz a 1500 anos-luz da Terra!
É visível a olho nu em céus muito limpos, escuros e longe das cidades. Fica na constelação de Orion logo abaixo do Cinturão de Orion (as Três Marias)#AstroMiniBR pic.twitter.com/BJH3E4tfIs
— Giovanna Liberato (@liberato_gio) January 25, 2023
Fisicamente, a Nebulosa de Órion é composta majoritariamente por hidrogênio, com pequenas quantidades de hélio, oxigênio, carbono e outros elementos. Sua estrutura é complexa, com filamentos de poeira escura e regiões brilhantes de gás ionizado.
No coração da nebulosa está o aglomerado estelar Trapezium, um conjunto de estrelas extremamente quentes e massivas que emitem intensa radiação ultravioleta, esculpindo a nebulosa e impulsionando a formação de novas estrelas.
A presença de discos protoplanetários em torno de muitas dessas estrelas indica que sistemas planetários podem estar se formando dentro da nebulosa, tornando-a um laboratório cósmico para o estudo da evolução estelar e planetária.
Além de ser um berçário estelar, a Nebulosa de Órion também é um objeto essencial para a astronomia porque fornece informações cruciais sobre os processos de formação de estrelas e a dinâmica do meio interestelar. Estudá-la auxilia na compreensão de como as nuvens moleculares colapsam para formar estrelas e planetas, oferecendo pistas sobre a história e a evolução do nosso próprio Sistema Solar.
3. Sondas Voyager em modo de economia de energia
As sondas Voyager 1 e Voyager 2, lançadas pela NASA em 1977, são as espaçonaves mais distantes da Terra, explorando o espaço interestelar após completarem missões históricas pelos planetas exteriores do Sistema Solar.
Para prolongar suas operações, a NASA está adotando medidas para economizar energia, devido à diminuição contínua da potência gerada pelos geradores termoelétricos de radioisótopos (RTGs) das sondas, que perdem cerca de 4 watts por ano.

Recentemente, no último dia 25 de fevereiro, os engenheiros da NASA desligaram o experimento de raios cósmicos da Voyager 1. Planejam também, em 24 de março, desativar o instrumento de partículas carregadas de baixa energia da Voyager 2.
Cada sonda originalmente possuía dez instrumentos científicos; após essas desativações, restarão três operacionais em cada uma. Essas ações visam conservar energia e permitir que as sondas continuem transmitindo dados científicos valiosos por mais tempo, possivelmente até a década de 2030.
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