O Google lançou nesta quarta-feira (05) um novo modo de pesquisa baseado em inteligência artificial. Batizado de AI Mode, o mecanismo utiliza uma variante do modelo de linguagem (LLM) Gemini para responder a qualquer pergunta do usuário com informações extraídas da internet.
A novidade é uma evolução do recurso “Visão Geral criada por IA”, lançado em maio de 2024 e disponível no Brasil desde agosto. Segundo o Google, o novo modo de busca amplia o gerador de resumos com maior capacidade de raciocínio e funções multimodais.
Diferentemente da busca tradicional, que exibe links para páginas relacionadas aos termos pesquisados, o AI Mode gera respostas diretas, utilizando informações disponíveis na web. Além disso, todas as afirmações da IA são acompanhadas de referências a notícias e sites, permitindo que o usuário consulte as fontes originais.
Como funciona o AI Mode?
O AI Mode adota uma técnica chamada “query fan-out”, que realiza múltiplas buscas relacionadas à pergunta do usuário. O objetivo é sintetizar uma resposta mais detalhada, cobrindo diferentes subtópicos extraídos de diversas fontes.
“Essa abordagem permite acessar informações mais amplas e profundas do que em uma pesquisa tradicional no Google”, explicou a empresa.
Se um usuário pesquisar “Qual a diferença nos recursos de monitoramento de sono entre um smartwatch, um relógio inteligente ou um colchão inteligente?”, a IA fornecerá uma resposta enriquecida por conteúdos de diferentes origens. Além disso, o buscador pode continuar a interação com perguntas relacionadas.
“Ajudar as pessoas a descobrir conteúdo na web ainda é nossa principal abordagem. Com o AI Mode, tornamos a exploração e a tomada de decisões ainda mais fáceis”, disse o Google.
Disponibilidade limitada para assinantes
Inicialmente, o AI Mode está disponível apenas para testes dentro do Search Labs, plataforma do Google voltada para recursos experimentais. No entanto, por enquanto, somente assinantes do Google One IA Premium podem acessar a ferramenta.

Atualmente, o plano Google One IA Premium custa R$ 96,99 por mês e oferece, além do AI Mode, 2 TB de armazenamento em nuvem, assistente de escrita com IA integrado à suíte do Google, maior limite de uso do NotebookLM Plus e outros benefícios.
Para ativar o AI Mode, basta acessá-lo pelo Search Labs ou diretamente pelo link google.com/aimode. No celular, o recurso pode ser ativado ao tocar no botão “AI Mode” abaixo do ícone de pesquisa na tela principal.
Google promete melhorias ao longo do tempo
Por se tratar de uma ferramenta experimental, o AI Mode passará por aprimoramentos antes do lançamento oficial. Segundo o Google, um dos próximos ajustes incluirá respostas mais visuais, além da incorporação de informações geradas por usuários, como postagens em redes sociais.
Também nesta quarta-feira (5), a empresa anunciou nos Estados Unidos a chegada da “Visão Geral criada por IA” alimentada pelo novo modelo Gemini 2.0. A nova versão aprimora o desempenho ao lidar com perguntas mais complexas, como codificação, matemática avançada e entradas multimodais.
Outra mudança importante é que a “Visão Geral criada por IA” agora funciona sem necessidade de login e também estará disponível para contas de adolescentes.
Cuidado ao confiar em IA
Embora o Google prometa respostas mais ricas e baseadas em múltiplas fontes, o AI Mode ainda pode cometer erros. Afinal, nas primeiras semanas de funcionamento, a “Visão Geral criada por IA” do Google recomendou, por exemplo, adicionar cola branca à pizza para melhorar a aderência do queijo—um dos casos mais notórios de alucinações de IA.
Modelos generativos frequentemente apresentam falhas na interpretação e podem entregar respostas imprecisas, falaciosas ou mal sintetizadas.
No entanto, segundo o Google, a nova versão da IA foi treinada para priorizar a factualidade e respaldar suas afirmações com dados verificáveis. O modelo também terá um cuidado especial ao abordar tópicos sensíveis.
Caso a IA não consiga responder a uma pergunta com precisão, ela pode simplesmente sugerir uma lista de links relacionados ao tema.
Mesmo assim, o Google admite que erros ainda podem ocorrer. “Isso não significa que o modelo não cometerá equívocos. Na verdade, é bem provável que aconteça, assim como com qualquer tecnologia de IA de ponta recém-lançada”, afirmou o vice-presidente de produtos do Google Search ao TechCrunch.