Após recusarem um convite da Advocacia-Geral da União (AGU) para uma Consulta Pública sobre regulação de redes sociais, empresas de tecnologia como X (Antigo Twitter), Google, Meta, TikTok e Kwai são confirmadas em evento político do PL. Realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, a convenção mira aprimorar as estratégias políticas nessas plataformas para as eleições de 2026.
O evento, que ocorre entre a quinta-feira (20) e hoje (21), contou com a palestra de um representante do X. Segundo as falas do porta-voz, a rede social de Elon Musk funciona como uma “praça pública digital”, mantendo as características de liberdade de expressão inegociáveis.
A plataforma do bilionário também destacou o recursos de Notas da Comunidade, que servem para informar detalhes sobre uma publicação. Contudo, as notas são feitas pelos próprios usuários e correm o risco de estarem erradas, uma vez que não há equipes de moderação para checar os fatos.
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Esse é um movimento similar ao que a Meta anunciou nos últimos meses, quando o CEO Mark Zuckerberg retirou a checagem de fatos das suas plataformas em diversos países. O intuito é utilizar um recurso similar ao das Notas da Comunidades, embora não tenha sido implementado no Brasil.
Google e Kwai fazem apenas “treinamento”
O Google também é uma das figurinhas carimbadas no evento, que em resposta à Veja, aponta sempre participar de diversos eventos para fornecer treinamentos. “Esse tipo de iniciativa contribui com o entendimento de profissionais em diversas áreas sobre novas tecnologias, incluindo a inteligência artificial. Ao longo dos últimos anos, o Google ministrou treinamentos para organizações pelo país, incluindo partidos políticos de todos os campos, órgãos públicos, empresas e empreendedores”, revela a nota da empresa.
Com uma resposta similar, o Kwai também revelou que fará somente um treinamento. Meta e TikTok ainda não se pronunciaram até o momento, mas dada a aproximação da Meta com o governo Trump e o PL ser ligado ao conservadorismo, não é surpresa a participação da empresa no evento.
Inclusive, o seminário contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ironizou a possibilidade de prisão. Investigado por tentativa de golpe de estado, o ex-presidente disse “Eu caguei para a prisão” em tom de deboche.