Nove meses após realizar um evento no Brasil dizendo que poderia chegar ao país, a Honor finalmente “pousou” em solo nacional ontem (30). Em evento em São Paulo (SP), a chinesa mostrou um lineup de produtos que é composto de celulares, smartwatches e fones de ouvido.
O hiato entre abril de 2024 e janeiro de 2025 serviu para a realização de estudos econômicos e conversas com o varejo local. “Nós pesquisamos muito a fundo o mercado brasileiro para ver todas as características e todas as oportunidades”, esclareceu Eduardo Garcia, diretor de operações da DL, empresa que vai importar os produtos da Honor, em entrevista ao TecMundo. “Nós chegamos na hora certa”, acrescentou.
Para quem reconhece o nome, a DL é a mesma marca que passou a distribuir produtos da Xiaomi em 2019. A companhia garante duas operações separadas (incluindo equipes de marketing, engenharia e mais, tudo dividido) e que, por isso, não haverá conflito entre as duas chinesas.
Garcia garantiu que a expertise tributária e de mercado da DL será utilizada para garantir que os produtos da Honor cheguem a preços competitivos no Brasil. E esse é um assunto importante, já que num contexto de real desvalorizado, os produtos importados tendem a chegar a um custo bem mais alto.
“Fizemos um estudo bem profundo sobre a taxa cambial, com uma análise futura, sobre a taxa de juros e chegamos em um consenso de preço”, esclareceu o executivo.
Esses são os valores sugeridos dos primeiros lançamentos da Honor no Brasil:
- Smartphones
- Honor X6b Plus: R$ 1,4 mil;
- Honor X7c: R$ 2,7 mil;
- Honor Magic 6 Lite: R$ 5 mil;
- Fone de ouvido
- Choice Earbuds X5: R$ 500.
- Smartwatch
- Choice Haylou Watch: R$ 1 mil.
Os celulares Honor Magic V3, Honor Magic 7 Lite e o tablet Honor Pad X8a Lite chegarão em breve ao país. No evento foram exibidos tablets, notebooks, speakers e mais, produtos que a Honor não esclareceu quando chegarão ao país.
Competição com Samsung, Motorola e Apple
O mercado brasileiro de smartphones é dominado basicamente por quatro marcas: Samsung, Motorola, Apple e Xiaomi. Respectivamente, as empresas têm 38%, 24%, 19% e 8% da fatia do mercado, segundo o Stats Counter.
Apesar do cenário, a visão da Honor é que a entrada de um novo player poderá aumentar a competitividade e até mesmo o preço dos produtos. A aposta da chinesa é no aumento da concorrência.
“O mercado [brasileiro de celulares] é maduro, mas também é muito concentrado. Então, consumidor e clientes do varejo querem uma divisão maior desse mercado. Você não vê esse mercado concentrado em outros países e continentes”, argumentou o diretor de operações da DL.
Ele acrescentou que a chegada da Honor vai fazer com que o consumidor ganhe com “melhores produtos e melhores condições”.
E para fazer com que o nome da empresa chegue até os brasileiros, a companhia garante investimentos em marketing, experiências em pontos de venda, equipe de promotores espalhadas pelo país e mais.
Lançamentos simultâneos no Brasil?
A Honor revelou que para tentar bater – ou pelo menos igualar – a concorrência fará lançamentos quase que simultâneos no exterior e Brasil.
“Estamos buscando alinhar os lançamentos e a melhor prova disso é o Honor Magic V3, que foi lançado globalmente no final de 2024 e começamos o lançamento dele na América Latina pelo Brasil”, disse David Mohno, diretor de Relações Públicas e Comunicação da Honor na América Latina.
Além da proximidade das datas de lançamento dos aparelhos, a Honor promete para o Brasil suporte de pós-venda, incluindo assistência técnica oficial, por exemplo. Além disso, a empresa citou outras coisas que já são exigência da Anatel, como carregadores com padrão das tomadas brasileiras (incluindo carregadores de 66 W de potência, que é um bom diferencial), manuais e caixas em português.
Do outro lado, toda a produção da Honor seguirá sendo feita no exterior, ou seja, tudo virá importado. E de início, essa questão não tem sido nem cogitada.
Como os representantes da Honor disseram há nove meses, vai nos restar esperar para saber se a empresa será ou não uma coadjuvante no mar de tubarões das marcas de celular no Brasil.