Inspirado no sucesso da ferramenta de inteligência artificial generativa DeepSeek, o Brasil planeja entrar na disputa deste concorrido mercado e construir seus próprios modelos de IA, de acordo com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. O país tem, inclusive, metas estabelecidas para o segmento.
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (29), a chefe da pasta comentou que a IA chinesa serve de exemplo para os países emergentes interessados em investir na tecnologia. Para ela, a popularidade alcançada pelo novo chatbot mostra que é possível desenvolver alternativas às soluções das big techs mesmo com recursos limitados.
“A DeepSeek conseguiu, com menos recurso, ter a mesma resposta que ChatGPT e outras. Isso reforça a viabilidade do que planejamos”, destacou a representante do MCTI. Santos também acredita que as capacidades disponíveis no país, junto com os incentivos adequados, são outros elementos que tornam possível a concorrência.
Em outro trecho da conversa, a ministra também lembrou da grande oferta de energia limpa e água no país, igualmente essenciais para o desenvolvimento da IA. Vale lembrar que as gigantes da tecnologia têm corrido em busca de opções para garantir o abastecimento dos data centers de IA, algumas delas investindo em energia nuclear.
Planos do Brasil para a IA até 2028
O MCTI anunciou, no ano passado, planos para investir R$ 23 bilhões em IA até 2028. Cerca de R$ 14 bilhões devem ser direcionados à criação de projetos de inovação empresarial na área, com o restante ficando dividido entre melhorias na infraestrutura e no desenvolvimento da tecnologia.
Com essa quantia disponibilizada, o Brasil se aproximaria do padrão de investimentos feitos por países como França, Itália, Alemanha e Reino Unido, conforme o órgão. Nestes locais, as iniciativas incluem o desenvolvimento de infraestrutura, apoio a startups e projetos de pesquisa e aprimoramento de habilidades, entre outros.
Quanto ao DeepSeek, a IA chinesa superou o ChatGPT em número de downloads na App Store, na segunda-feira (27), movimento que assustou a OpenAI e outras empresas americanas do setor famosas por investimentos bilionários. A novidade se destaca pelos custos reduzidos.
