Os golpes relacionados com o Pix no Brasil devem gerar um prejuízo de R$ 11 bilhões em bancos e pessoas até 2028. A pesquisa foi realizada pela consultoria GlobalData em parceria com a empresa de pagamentos em tempo real ACI WorldWide, que coloca o Brasil no topo dos países mais afetados por esse tipo de crime.

Por mais que somente o Brasil use o Pix, outros países têm sistemas de pagamento instantâneo similares. Mesmo assim, o território nacional encabeça a lista das nações que mais devem receber golpes, seguido do Reino Unido, com perdas de R$ 4,9 bilhões; Índia (R$ 3,3 bilhões); Emirados Árabes Unidos (R$ 181 milhões); Estados Unidos (R$ 18,5 milhões) e Austrália, com R$ 6,6 milhões em prejuízo.

Os dados ainda sugerem que o crescimento das fraudes via Pix deve ser 39% maior em relação aos R$ 2,2 bilhões registrados em 2023. As violações mais recorrentes com a modalidade envolvem, principalmente, operações relacionadas a compras (22%) e por meio de investimentos financeiros (21%). Pagamentos antecipados correspondem a 17% dos golpes online, segundo o estudo.

Criminosos utilizam de engenharia social para convencer e se aproveitar das vítimas (Imagem: GettyImages)
Criminosos utilizam de engenharia social para convencer e se aproveitar das vítimas (Imagem: GettyImages)

Evolução da tecnologia contribui nos golpes

Para o chefe da divisão brasileira da ACI WorldWide, Vlademir Santos, o aumento exponencial no número de golpes e o consequente prejuízo estão relacionados à agilidade das movimentações de dinheiro na economia moderna. “ À medida que a rápida adoção global de pagamentos em tempo real transforma a agilidade que o dinheiro se movimenta, permitindo transações mais acessíveis e maior inclusão financeira, os golpistas exploram esse caráter imediato para roubar fundos antes que possam ser rastreados”, explica Santos.

Além do fator agilidade, a popularização de tecnologias como inteligência artificial também auxilia os cibercriminosos. Os golpistas utilizam dados obtidos por meio da dark web para chegar às vítimas e aplicar as fraudes sem serem detectados facilmente, geralmente usando um senso de urgência para vitimar os consumidores.

O executivo da ACI WorldWide acredita que é preciso realizar uma “educação do consumidor”, além do estudo apontar a necessidade dos bancos e instituições financeiras contra-atacarem os criminosos com as mesmas tecnologias para minimizar os impactos.


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