*Por Andréa Migliori
No ano passado vivenciei e observei uma série de desafios no mercado ao lado de outras pessoas empreendedoras das mais diversas áreas. Questões sobre tecnologia, humanização e comunicação foram levantadas repetidamente — especialmente no contexto interno das organizações. No fundo, todos esses fatores trazem impactos similares.
A última edição da pesquisa “O Cenário do RH no Brasil”, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), aponta que os maiores desafios identificados na área estão na cultura organizacional (51%), no desenvolvimento de lideranças (49,6%) e na automação dos processos (49,4%). Tecnologia, humanização e comunicação fazem parte de cada uma dessas categorias.
É por isso que, para 2025, existem três departamentos com grande potencial estratégico, pois lidam diretamente com essas dificuldades. Um deles é o próprio RH, o outro é a comunicação interna e, por fim, a TI.
Focar nessas áreas pode ser uma escolha acertada para aprimorar a competitividade enquanto a concorrência ainda enfrenta os mesmos desafios. E no que consiste esse enfoque?
Cada setor tem, separadamente, seus próprios aperfeiçoamentos a serem feitos. No RH, por exemplo, há um problema constante relacionado a métricas e retorno de investimentos. É realmente difícil ver resultados específicos de ações que têm a ver diretamente com pessoas. Mas não é impossível! Hoje, existem ferramentas que conseguem medir produtividade, engajamento e tempo de vários fatores. Uma intranet especializada e softwares específicos de RH já vem com esses recursos.
Na comunicação interna, a conversa é sobre cultura organizacional. E para entender a cultura, é preciso analisar o engajamento a determinados conteúdos, por exemplo. Nesse sentido, além de também haver um desafio de métricas, é preciso garantir que os canais de comunicação sejam eficazes. E-mails, WhatsApp, chats — cada ferramenta tem seus prós e contras, e muitas empresas permanecem com as opções mais negativas para suas situações sem perceber. A solução ideal traz tanto eficiência quanto capacidade analítica.
Para a TI, não dá para ignorar os custos. Boas tecnologias não costumam ser baratas e isso ocupa boa parte do orçamento de muitas organizações. Contudo, uma reavaliação pode ser bastante benéfica, tanto para identificar o que realmente está sendo usado com frequência, quais ferramentas realmente são relevantes, como para descobrir maneiras de otimizar o que já está sendo feito. Por exemplo, se você paga por um sistema complexo e só utiliza partes dele, de que maneira é possível tornar o custo-benefício maior? Ou, caso perceba que trocar alguma solução é ideal, quais opções têm um menor custo de integração?
Pensar sobre todas essas questões leva tempo e energia, mas pode fazer uma baita diferença no longo prazo. Mais importante ainda é pensar sobre tudo isso ao mesmo tempo, porque algumas poucas soluções, ou até uma só, pode resolver uma série de problemas de uma vez. A estratégia da vez é integração, não esqueça.
*Andréa Migliori, CEO da Workhub, uma HRTech de soluções para portais corporativos, pioneira no segmento a incorporar inteligência artificial aos seus serviços.